TORONTO (Reuters) - A BlackBerry divulgou um prejuízo trimestral menor nesta sexta-feira e deu sinais encorajadores para seu fortemente pressionado negócio de smartphones, bem como para seu software e para a venda de serviços, levando a um salto de 7 por cento nas suas ações.
A empresa canadense, uma pioneira em smartphone que perdeu espaço de mercado para o iPhone, da Apple, e para dispositivos que utilizam o sistema Android, do Google, está agora se concentrando mais em software e serviços do que em hardware, conforme passa por uma grande reestruturação.
Na frente de serviços, a empresa registrou um grande número de conversões para a sua nova e altamente promovida plataforma de gerenciamento de dispositivos móveis no segundo trimestre.
Mas a unidade de hardware da BlackBerry também ofereceu notícias esperançosas, registrando lucro ajustado pela primeira vez em cinco trimestres, ajudada por menores custos de fabricação e uma forte demanda por seus aparelhos de baixo custo Z3 em mercados emergentes.
A empresa divulgou crescimento da receita em relação ao trimestre anterior na América do Norte, mas as vendas caíram em outros lugares. Sua receita total caiu mais de 40 por cento sobre um ano antes.
"De um modo geral, eles estão fazendo as coisas certas ... mas o número da receita está ficando muito pequeno", disse o analista da BGC Partners Colin Gillis.
As ações da BlackBerry estavam em alta de 4,7 por cento na bolsa de Toronto e de 4,2 por cento na Nasdaq.
John Chen, que se tornou presidente-executivo da BlackBerry em novembro, disse que a empresa já recebeu 200.000 encomendas para o seu novo smartphone Passaport, que foi colocado à venda na quarta-feira e esgotou na Amazon.com em um prazo de seis horas.
Chen disse a analistas e jornalistas em uma teleconferência que espera que a receita de software dobre no próximo ano, ante cerca de 250 milhões de dólares no ano fiscal atual, conforme a empresa eleva a conversão à sua plataforma de gerenciamento de dispositivos móveis, a BlackBerry Enterprise Service 10 (BES10).
A plataforma permite que empresas e agências governamentais gerenciem e protejam não apenas dispositivos BlackBerry executados em suas redes, mas também aparelhos com os sistemas Android, iOS e Microsoft.
A BlackBerry divulgou um prejuízo líquido de 207 milhões de dólares, ou 0,39 dólar por ação, no segundo trimestre fiscal encerrado em agosto. O prejuízo havia sido de 965 milhões de dólares um ano antes, ou de 1,84 dólar por ação.
A receita foi de 916 milhões de dólares contra 1,57 bilhão de dólares um ano antes.
Excluindo itens extraordinários, como encargos de reestruturação e uma alteração no justo valor de debêntures, o prejuízo foi de 0,02 dólar por ação. Na mesma base, analistas consultados pela Thomson Reuters I/B/E/S esperavam um prejuízo de 0,16 dólar por papel.
(Por Euan Rocha e Alastair Sharp)