Sydney (Austrália), 13 ago (EFE).- Três australianos que viajaram
para a Índia foram infectados pela bactéria NDM-1, cuja forte
resistência aos antibióticos causou alarme na Europa após a detecção
de casos no Reino Unido e Bélgica, informaram nesta sexta-feira
fontes sanitárias.
Os três casos, incluindo uma paciente que se submeteu a uma
operação de cirurgia plástica em Mumbai, são "a ponta do iceberg" do
problema, advertiu à agência "AAP" o professor Peter Collignon,
diretor do departamento de doenças infecciosas do Hospital de
Canberra.
O gene NDM-1 (Nova Délhi metallo-b-lactamase 1), que infectou
pelo menos 50 pessoas no Reino Unido e causou em junho a morte de um
doente na Bélgica, foi identificado em 2009 em um paciente sueco que
tinha sido internado em um hospital indiano.
Na terça-feira passada, a revista científica "The Lancet"
publicou um artigo no qual alertava que o aumento das viagens de
longa distância contribuiu para a expansão da bactéria resistente,
que até agora só tinha sido encontrada em pacientes da Índia,
Bangladesh e Paquistão.
No entanto, as autoridades indianas negaram que a bactéria tenha
sido propagada desde seu país, e qualificaram as informações como
"sensacionalismo" e "propaganda maliciosa".
Colligno, especialista em antibióticos, disse que "provavelmente,
a bactéria está matando muitas pessoas, mas como isso acontece nos
países em desenvolvimento, não há forma de averiguar".
O professor, que também é membro da Organização Mundial de Saúde,
disse que as bactérias resistentes aparecem devido ao uso excessivo
dos antibióticos na medicina e agricultura, e acrescentou que é
preciso controlar seu uso para evitar a difusão do NDM-1. EFE