Banco americano deve emprestar US$ 1 bi para obras no Brasil

Publicado 21.03.2011, 15:39

São Paulo, 21 mar (EFE).- O Banco de Importação e Exportação dos Estados Unidos (Eximbank) concederá empréstimos por um valor inicial de US$ 1 bilhão às empresas responsáveis pelas obras da Copa do Mundo da 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, informaram nesta segunda-feira fontes oficiais.

O presidente do Eximbank, Fred Hochberg, após uma reunião nesta segunda-feira com empresários brasileiros e americanos em São Paulo, indicou que o crédito permitirá que as empresas brasileiras comprem no mercado dos Estados Unidos bens e serviços vinculados às obras e projetos dos dois eventos esportivos.

"Isso deve ser apenas o começo, uma porta de entrada, para que os financiamentos às empresas brasileiras atinjam um nível muito mais alto", assinalou Hochberg durante sua participação no Encontro Empresarial Brasil-Estados Unidos, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Hochberg detalhou que o crédito faz parte dos US$ 3 bilhões destinados pela entidade ao Brasil, dos quais a Petrobras receberá os US$ 2 bilhões restantes.

O banco também aprovou outro crédito para as companhias aéreas brasileiras TAM e Gol.

No entanto, apesar de o Brasil ser um dos nove destinos prioritários para os créditos do Eximbank junto a Colômbia, México, Índia, China, Indonésia, Turquia, Nigéria e África do Sul, os recursos destinados ao país foram os que menos cresceram.

"Na Colômbia passamos de US$ 30 milhões aos atuais US$ 3,5 bilhões, e na Índia aumentamos entre duas e três vezes nosso investimento", apontou Hochberg, sem citar os períodos de referência.

A atuação do Eximbank "cresceu muito em todos os países, exceto no Brasil, onde os investimentos continuam sendo os mesmos de dois anos atrás. Estamos aqui no Brasil porque queremos descobrir quais são os pontos fracos", expressou.

Paralelo ao encontro, do qual participaram 50 empresários americanos, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Gary Locke, se reuniu com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, para abordar assuntos relacionados ao comércio bilateral.

Skaf comentou a jornalistas que foi uma reivindicação da classe empresarial brasileira pelo déficit comercial que o Brasil registrou com os Estados Unidos em 2010, de US$ 8 bilhões, número que pode chegar este ano a US$ 10 bilhões, segundo as projeções da Fiesp.

"O fluxo comercial com os Estados Unidos é praticamente o mesmo desde 2004, mas nessa época tínhamos um superávit de US$ 8 bilhões", citou Skaf.

A retomada das negociações da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), a renovação do Sistema Geral de Preferências (SGP) dos Estados Unidos e as barreiras comerciais impostas pelo país americano ao açúcar e ao etanol brasileiros foram outros dos temas abordados no encontro.

A Fiesp aproveitou a reunião para expor as oportunidades de investimento no Brasil nos setores de energia, petróleo, telecomunicações, aeroportos, ferroviário e biocombustíveis.

A missão empresarial americana chegou a São Paulo após participar em Brasília e no Rio de Janeiro da comitiva que acompanhou o presidente do país, Barack Obama, durante sua visita oficial de dois dias ao Brasil. EFE

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