Londres, 6 ago (EFE).- O Banco da Inglaterra (autoridade
monetária) decidiu hoje manter inalterada a taxa básica de juros no
Reino Unido no mínimo histórico de 0,5%, e ampliou em 50 bilhões de
libras, para 175 bilhões de libras (205 bilhões de euros), o valor
de seu programa de reativação econômica.
Ao final de sua reunião mensal, o Comitê de Política Monetária do
banco central inglês comunicou sua decisão de deixar intacta a taxa
de juros pelo quinto mês consecutivo, e concentrar os esforços em
injetar mais liquidez aos mercados.
Junto com o Ministério da Economia, o Banco da Inglaterra iniciou
em março um programa com 125 bilhões de libras (146 bilhões de
euros), para a compra de títulos do setor público e privado.
Este plano de aquisição de ativos, que tem como objetivo oferecer
liquidez à economia para facilitar a recuperação, e também do
sistema creditício, terminava este mês, por isso o banco tinha que
decidir se o ampliava ou suspendia temporariamente.
O Comitê decidiu que a economia britânica, apesar de nas últimas
semanas ter mostrado indícios de recuperação, poderia se beneficiar
de outra emissão de capital, por isso ampliou a quantia do fundo
para 175 bilhões de libras.
Hoje, a Sociedade de Fabricantes e Comerciantes Automotivos
(SMMT, em inglês) informou que foram vendidos 157,149 mil veículos
no Reino Unido em julho, 2,4% a mais que no mesmo mês de 2008, e a
primeira vez que há uma alta desde abril do ano passado.
No entanto, e diante de dados contraditórios nos setores
imobiliário e de produção industrial, o Banco da Inglaterra optou
por manter a cautela, apesar de os economistas preverem também que o
Produto Interno Bruto (PIB) poderia voltar a crescer entre julho e
setembro.
Ao divulgar sua decisão, o banco central inglês afirmou que a
recessão "parece ter sido mais profunda do que se pensou
inicialmente".
A instituição argumentou que, embora haja sinais que as condições
para a concessão de empréstimos estão sendo facilitadas, os créditos
aos negócios ainda estão diminuindo e são caros.
O Banco da Inglaterra mostrou satisfação pelos efeitos favoráveis
na economia do estímulo monetário e fiscal, e da passada
desvalorização da libra, mas também avaliou que o acesso ao crédito
continuará restrito até que os bancos saneiem suas contas, o que
está longe em muitos casos, diante da perda de valor dos ativos e da
alta dívida. EFE