Luxemburgo, 4 out (EFE).- A França e a Bélgica já estão praticamente decididas a socorrer o banco franco-belga Dexia, cujas ações já caíram mais de 20% nesta terça-feira e que está ameaçado de colapso em consequência da crise grega.
Os governos francês e belga se comprometeram a fazer todo o possível para evitar a quebra do Dexia. "Os dois países estão por trás de seus bancos, seja o Dexia ou qualquer outro", afirmou o ministro das Finanças belga, Didier Reynders.
Se o resgate for confirmado, seria a segunda intervenção na instituição. Em setembro de 2008 o banco foi socorrido por causa da crise das hipotecas nos Estados Unidos. Na ocasião, os governos da França, Bélgica e de Luxemburgo injetaram 6.376 bilhões de euros na instituição.
O Dexia chegou a ser aprovado num teste de resistência realizado em julho com 91 bancos europeus, para verificar a capacidade das instituições em resistir a choques econômicos. Apenas um mês depois, no entanto, o banco anunciou perdas de quatro bilhões de euros durante o segundo trimestre desde ano.
Uma dos motivos dos testes não terem previsto o problema com o Dexia é que eles não levaram em conta uma situação na qual um país declare moratória parcial ou total, o que afetaria às instituições com maior exposição aos mercados de dívida soberana.
Isso ocorreu de verdade quando no dia 21 de julho a União Européia aprovou o segundo resgate grego, o que incluía uma reestruturação da dívida do país, em mãos de alguns bancos como o Dexia. Segundo as provas de resistência, a exposição bruta da instituição à divida grega de 3.462 bilhões de euros.
A agência americana de classificação de risco rebaixou nesta segunda-feira a nota do Dexia e a Moody's ameaçou fazer o mesmo, o que fez as ações da instituição despencarem 10,16% na Bolsa de Bruxelas nesta segunda.
EFE