(atualiza com declarações do banco).
Paris, 5 ago (EFE).- No começo de 2010, o banco francês BNP
Paribas pagará 1 bilhão de euros em bonificações a seus diretores,
informou hoje o jornal "Libération".
A entidade, a maior da França, não desmentiu a informação. Em
declarações ao jornal, um porta-voz do banco disse que não podia dar
o valor exato dos bônus, mas admitiu que seria "de várias centenas
de milhões de euros".
Ontem, o BNP Paribas anunciou um lucro líquido de 1,604 bilhão de
euros no segundo trimestre deste ano. O resultado é 6,6% superior ao
obtido no mesmo período de 2008 e 3% maior que o do trimestre
anterior.
Segundo o "Libération", a "informação (sobre os prêmios) se
encontra bem escondida nas contas da entidade" e "extrapola a linha
dos 'gastos com gestão' (...)". "Estas despesas englobam inúmeros
aspectos: salários fixos e variáveis, gastos com imóveis e
informática, etc".
No comunicado em que apresentou seu balanço, o banco disse que
suas despesas de gestão cresceram 16,8% em relação ao segundo
trimestre de 2008, para 1,5 bilhão de euros. Porém, descontadas "as
remunerações variáveis (bonificações), seriam 1,5% menores" que as
aferidas "no mesmo período do ano passado".
De acordo com o "Libération", no primeiro semestre de 2009, os
gastos com gestão do BNP Paribas saltaram de 2,2 bilhões para 3,2
bilhões de euros entre o primeiro semestre de 2008 e o de 2009. Esse
"aumento se explica essencialmente pela evolução das remunerações
variáveis", destacou a publicação.
No entanto, em entrevista publicada hoje pelo jornal econômico
"La Tribune", o presidente da entidade, Baudouin Prot, afirmou que,
"em matéria de remuneração aos operadores de mercado", o BNP Paribas
foi "um dos primeiros bancos do mundo a respeitar escrupulosamente,
desde 2008, as recomendações do G20".
"Vamos aplicar estes princípios em 2009, mas estamos preocupados
com o comportamento dos grandes bancos de Londres e Nova York, que
são concorrentes. É essencial que as mesmas regras sejam aplicadas
ao mesmo tempo em todas as grandes praças", acrescentou Prot.
A entidade financeira disse à Agência a Efe que "o cálculo
efetuado pelo 'Libération' é globalmente exato, mas dado que o ano
ainda não terminou, se trata de uma quantidade virtual, já que as
remunerações variáveis não serão decididas até final do ano, quando
tiver os resultados definitivos do período".
No entanto, lembrou que na última reunião do G20 estas
gratificações "não foram proibidas", mas foi determinada uma série
de normas para evitar os "desvios" que favoreceram a crise.
Sobre a devolução da ajuda recebida do Estado no ano passado, o
presidente do maior banco da França disse ao "La Tribune" que terá
que "esperar o final do ano", para analisar a evolução da conjuntura
e dos resultados e, depois disso, decidirá "uma primeira etapa de
reembolso em 2010". EFE