Teerã, 7 jun (EFE).- O banco Melli, um dos mais importantes do
Irã, decidiu abrir uma filial especial "só para mulheres" na cidade
de Mashhad, uma das maiores do país e considerada um lugar santo de
peregrinação.
Segundo a agência estatal de notícias local "Irna", a nova sede
permitirá às mulheres evitar se relacionar com homens que não façam
parte de sua família, como recomenda o código moral que impera no
país.
Embora exista segregação sexual em espaços públicos como os
ônibus urbanos - que habitualmente reservam a parte de trás para as
mulheres -, a relação entre homens e mulheres em espaços como lojas
e mercados é habitual no Irã.
No entanto, nos últimos anos foram dados passos para ampliar esta
segregação, como a aparição de alguns táxis exclusivos para as
mulheres e, inclusive, parques nos quais os homens têm a presença
vetada.
Semanas atrás, a Polícia iraniana iniciou uma nova campanha para
lutar contra o que as autoridades consideram "o uso errôneo do véu"
que as mulheres fazem e "velar pela moral e os bons costumes".
A campanha inclui a possibilidade de parar carros nos quais
viajem um homem e uma mulher a sós e perguntar qual é a relação
entre ambos.
Os castigos vão desde a detenção à imposição de uma multa, que em
cidades como Mashhad, em que fica um dos santuários mais sagrados de
um segmento da religião muçulmana, pode chegar aos 1,3 mil euros.
Alguns clérigos levaram suas denúncias ao extremo e, inclusive,
chegaram a assinalar que a falta de moral das mulheres pode ser a
causa de futuros terremotos. EFE