Bruxelas, 25 abr (EFE).- O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, propôs nesta quarta-feira um pacto de crescimento aos líderes da União Europeia, mas sem deixar de lado os ajustes, enquanto não deu nenhum sinal de esperança a bancos e Governos sobre possíveis novas intervenções de apoio.
Em um comparecimento perante a Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do Parlamento Europeu, Draghi afirmou que a atividade econômica na eurozona está estagnada, e que o crescimento deve ser apoiado pela demanda externa, pelas taxas de juros a curto prazo muito baixas e pelas medidas excepcionais do BCE.
Nesse contexto, sua estratégia para sair da crise passa tanto por impulsionar o crescimento como pela austeridade recomendada em Bruxelas.
Fontes da UE acrescentaram à Agência Efe que os principais dirigentes do bloco preparam um giro rumo ao crescimento econômico, visto que as atuais políticas de austeridade chegaram a seu limite e têm cada vez mais rejeição, e acrescentaram que mais detalhes poderiam ser divulgados na quinta-feira durante um fórum econômico em Bruxelas.
No entanto, Draghi classificou como inevitável a consolidação fiscal, apesar ter alguns efeitos de contração a curto prazo.
Ele também se referiu às duas operações de injeção de liquidez a três anos aos bancos no valor de um trilhão de euros e ao programa de compra de dívida soberana no mercado secundário, e nos dois casos rebaixou as perspectivas de novas intervenções.
Draghi afirmou que o BCE usará todos os instrumentos a sua disposição para enfrentar possíveis riscos à estabilidade dos preços, e que a inflação se situará abaixo de 2% no próximo ano.
Ele evitou se pronunciar sobre uma possível terceira injeção de liquidez aos bancos, mas lembrou que se trata de uma medida temporária.
O presidente do BCE disse que as duas operações realizadas em dezembro e fevereiro foram bastante oportunas e em geral bem-sucedidas, embora tenham sido feitas apenas para ganhar tempo.
Para Draghi, a injeção de liquidez permitiu reabrir até certo grau os canais de crédito e chegou muito perto da economia real, mas esta medida não impulsionará por si só os empréstimos a empresas e famílias.
Neste sentido, ele confiou que os bancos usem a liquidez para refinanciar a economia real. EFE