Frankfurt (Alemanha), 8 jul (EFE).- O Banco Central Europeu (BCE)
decidiu hoje manter os juros básicos na zona do euro em 1%, o menor
nível histórico desde maio do ano passado.
A instituição europeia informou em Frankfurt que também deixou
inalterada a facilidade marginal de crédito, pela qual empresta
dinheiro aos bancos, em 1,75%.
Por sua vez, o BCE manteve em 0,25% a facilidade de depósito, que
remunera depósitos overnight em bancos centrais nacionais.
Os mercados já esperavam por esta decisão e vão prestar bastante
atenção aos comentários do presidente do BCE, Jean-Claude Trichet,
sobre a situação dos bancos comerciais da zona do euro e o programa
de compra de dívida pública.
O comitê de política monetária do Banco da Inglaterra também
deixou inalterada sua taxa em 0,5%.
Na semana passada, o Riksbank (Banco Central da Suécia) subiu as
taxas de juros um quarto de ponto, a 0,5%, para alcançar a meta de
inflação de 2% e um desenvolvimento sustentável da economia real.
O BCE cortou sua taxa em 3,25 pontos percentuais entre outubro de
2008 e maio de 2009 para 1%.
A maior parte dos analistas prevê que a entidade monetária
europeia deve deixar inalteradas as taxas de juros neste nível até o
segundo semestre do próximo ano.
Nos EUA, os juros se situam atualmente entre 0% e 0,25% e no
Japão em 0,1%.
As tensões nos mercados financeiros, sobretudo nos mercados de
câmbio, continuarão durante algum tempo devido à crise de
endividamento público na zona do euro, segundo prevê o analista de
Commerzbank Michael Schubert.
Estas tensões, no entanto, não terão o alcance das que surgiram
após a quebra de Lehman Brothers.
Schubert acrescentou que os riscos globais percebidos
permaneceram em nível elevado desde o início de maio, pelo temor de
contágio dos problemas de endividamento soberano de alguns países a
outros.
O pacote de resgate aprovado pelos Governos europeus e o BCE, de
750 bilhões de euros, parece ter influenciado pouco na percepção de
risco dos investidores e apenas teve um efeito tranquilizador.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) manteve a previsão de
crescimento de 1% para a zona do euro para 2010, mas reduziu em dois
décimos as previsões para 2011, até 1,3%.
A incerteza sobre o desempenho da economia da zona do euro
obrigou ao BCE frear a estratégia de saída das medidas
extraordinárias aplicadas durante a crise para facilitar liquidez
aos mercados.
A partir das 9h30 (de Brasília), Trichet, dará mais detalhes das
deliberações do conselho de Governo em entrevista coletiva em
Frankfurt, que também será transmitida ao vivo pela página de
internet da entidade em inglês, alemão e francês. EFE