FRANKFURT (Reuters) - Isabel Schnabel, membro da diretoria do Banco Central Europeu, rebateu nesta quarta-feira os pedidos de uma política monetária ultrafrouxa, argumentando ser improvável que a inflação caia abaixo de sua meta de 2%, de modo que os cortes graduais nos juros continuam adequados.
Surgiram preocupações na semana passada de que a inflação possa cair demais, o que poderia exigir que o BCE reduzisse os juros para um nível abaixo do chamado "neutro", em que não estimula nem retém o crescimento econômico.
Os conservadores, que ainda detêm a maioria no Conselho do BCE, composto por 26 membros, reagiram rapidamente, e Schnabel acrescentou sua voz ao coro de resistência.
"O risco de ficar de forma significativa e persistente abaixo da meta de inflação continua pequeno", disse Schnabel em uma apresentação para uma palestra em Frankfurt. "O crescimento projetado para 2025 está próximo do potencial, (portanto) não há necessidade de ir abaixo do neutro."
Ela argumentou que a desinflação continua no caminho certo, mas a luta contra a inflação ainda não foi vencida, portanto uma abordagem gradual para a remoção das restrições continua apropriada.
"Como logo nos aproximaremos do território neutro, precisaremos de mais tempo para avaliar o quanto a política ainda é restritiva com base em nossas perspectivas e nos dados que estão chegando", disse ela.
É provável que esses comentários tenham como alvo as autoridades que afirmam que o BCE deveria até mesmo considerar um corte de 50 pontos-base na taxa de juros em dezembro, dado o risco de agir tarde demais.
(Reportagem de Tom Sims)