Bruxelas, 13 set (EFE).- O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, defendeu nesta terça-feira a solidez da economia italiana, reiterou sua firme determinação em adotar as medidas de ajuste e convocou a defesa do euro, a "bandeira" da Europa.
Em um breve comparecimento diante da imprensa ao lado do presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, com quem se reuniu nesta terça-feira em Bruxelas, Berlusconi afirmou que as bases econômicas da Itália são "boas", o déficit é o segundo mais baixo, as famílias italianas estão economizando e as empresas contendo seu déficit.
O primeiro-ministro deu estas declarações enquanto a taxa de risco da Itália superava nesta terça-feira os 400 pontos básicos, situando-se nos níveis do início de agosto. Além disso, o Tesouro italiano teve que leiloar bônus a 5 anos, por um valor de 3,86 bilhões de euros, com uma rentabilidade de 5,6%, o que representa o nível mais alto alcançado por este tipo de dívida desde a criação do euro.
Em mensagem que pretendia introduzir calma aos mercados, Berlusconi antecipou que o Parlamento aprovará definitivamente nesta quarta-feira o último plano de ajuste orçamentário para o próximo biênio, com um valor de perto de 54 bilhões de euros e com o qual se espera alcançar o equilíbrio orçamentário em 2013.
O premiê se mostrou tranquilo com seu programa de ajuste, mas investiu contra a oposição, à qual acusou de criticar o governo e suas medidas com o único objetivo de dar as costas ao Executivo e, com isso, "arruinar a imagem do país".
Neste sentido, reiterou a Van Rompuy sua "firme determinação" para conseguir o equilíbrio orçamentário em 2013, lembrando que seu governo promoveu a chamada "regra de ouro" para limitar o déficit na Constituição.
Berlusconi também reafirmou sua determinação em acompanhar as medidas de ajuste com iniciativas para fomentar o crescimento e relatou que o setor privado está contendo seu déficit e as famílias italianas estão economizando.
Quanto à crise da dívida na zona do euro, Berlusconi se posicionou favoravelmente a uma governança econômica includente e o mais transparente possível, e reiterou a necessidade de que a Europa "fale com uma voz única".
"O euro é nossa moeda. É preciso defendê-lo, ele é nossa bandeira", afirmou.
Já o presidente do Conselho Europeu avaliou o último e "ambicioso" pacote de ajustes orçamentários do governo italiano e afirmou que sua aprovação "é importante não só para a Itália, mas também para o conjunto da zona do euro".
Van Rompuy considerou "essenciais para a confiança dos mercados" a disciplina fiscal e as reformas empreendidas pela Itália para reforçar o crescimento. EFE