Roma, 9 mar (EFE).- O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, gastou 34 milhões de euros em 2010 em compras, presentes e na manutenção de várias de suas residências, entre outros serviços, segundo divulgou nesta quarta-feira o jornal italiano "Corriere della Sera".
A publicação revela várias das movimentações bancárias realizadas de uma conta que supostamente pertence a Berlusconi e era administrada por seu contador, Giuseppe Spinelli, e que consta na investigação do chamado "caso Ruby", pelo qual o governante será julgado no dia 6 de abril por abuso de poder e incitação à prostituição de menores.
Trata-se de uma conta aberta no banco Monte dei Paschi de Siena, que se transformou em um dos pontos fortes da investigação executada pela Promotoria de Milão e da qual se beneficiou, entre outros, a conselheira regional da Lombardia, Nicole Minetti, também investigada por indução à prostituição.
Segundo a informação divulgada nesta quarta-feira pelo jornal, Berlusconi deu 562 mil euros, através desta conta, a 14 jovens que compareceram a várias de suas festas em sua residência de Arcore, no norte da Itália, incluindo 100 mil euros à ex-participante do programa de televisão "Big Brother" Angela Sozio.
Além disso, desembolsou 120 mil euros em gravatas e lenços, 65 mil em uma joalheria e 300 mil em uma loja de tecidos.
O governante e magnata, de 74 anos, gastou 675 mil euros no aluguel e manutenção do Castelo de Paraggi, em Portofino, e 900 mil euros em faturas de água e luz em sua residência de Antígua, no Caribe.
A lista de pagamentos também inclui várias doações, entre elas uma de 70 mil euros para a restauração de uma paróquia e outra de 200 mil para uma equipe de rugby, além de um presente de casamento no valor de 40 mil euros para uma secretária.
Segundo o jornal publicou em fevereiro, Berlusconi também realizou várias transferências desta conta no valor de 20 mil euros à mãe de Noemi Letizia, a jovem com a qual se relacionou há dois anos.
O advogado de Berlusconi, Niccolò Ghedini, que segundo o "Corriere della Sera" recebeu 441 mil euros, negou a informação e qualificou a publicação destes dados como uma "violação da privacidade de Silvio Berlusconi". EFE