Roma, 31 jan (EFE).- O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, propôs nesta segunda-feira um pacto à principal força da oposição, o Partido Democrata (PD), para relançar a economia do país.
Em carta publicada pelo jornal "Corriere della Sera", Berlusconi pede ao líder do PD, Pier Luigi Bersani, uma atuação conjunta no Parlamento "para discutir sem preconceitos e exclusivismos um grande programa para o crescimento da economia italiana".
Na carta, Berlusconi expressa que está consciente do momento de tensão que vive a política italiana e que não desperdiça a ocasião para criticar as posturas "moralistas" adotadas por Bersani em alguns aspectos.
No entanto, elogia o pragmatismo do líder do PD e lembra que no passado foi sensível ao tema das liberalizações.
O programa proposto por Berlusconi se baseia em uma reforma constitucional do artigo 41, que regula a iniciativa econômica privada, assim como na aplicação de medidas drásticas no mercado do patrimônio público e uma supressão de impostos para empresas e jovens.
Berlusconi ressalta a necessidade de promover uma economia mais livre, que permitirá fazer aflorar "a riqueza privada escondida".
O primeiro-ministro se mostra ciente do peso da dívida pública italiana, que é superior a 110% do PIB, e insiste na necessidade de atingir um crescimento de entre 3% e 4% em cinco anos, para que os mercados entendam que este é o caminho empreendido pela Itália.
A proposta do político conservador chega em um momento de grande alvoroço político na Itália, com os partidos da oposição reivindicando a renúncia de Berlusconi após ser revelado que está sendo investigado pela Promotoria de Milão por incitação à prostituição de menores e abuso de poder no denominado caso Ruby.
Os níveis de tensão aumentaram com as críticas de Berlusconi à parte da magistratura, à qual acusou em várias ocasiões de querer "subverter a vontade popular" que o levou ao poder em abril de 2008 e de ser uma ferramenta a serviço da esquerda. EFE