Berlim, 16 abr (EFE).- Um tribunal de primeira instância de
Regensburg (sul da Alemanha) impôs hoje uma multa de dez mil euros
ao bispo lefebvriano, Richar Williamson, por negar o Holocausto
judeu, um delito punível na Alemanha.
Williamson pôs em dúvida, em entrevista concedida à televisão
sueca no final de 2008 e gravada na Alemanha, o massacre sistemático
de judeus nas câmaras de gás do Terceiro Reich.
O bispo britânico, de 70 anos, recorreu da primeira multa imposta
pela promotoria alemã, de 12 mil euros, que a magistrada Karin Frahm
baixou hoje para dez mil euros.
O advogado de Williamson, Matthias Lossmann, reivindicou a
absolvição de seu cliente porque, apesar de por em dúvida o massacre
dos judeus por parte do nazismo, fez isso "sem premeditação".
Segundo Lossmann, a pergunta foi feita de "surpresa" e
Williamson, após responder, solicitou que essa parte da entrevista
não fosse transmitida na Alemanha.
O bispo britânico não foi ao tribunal porque, explicou o
advogado, a Irmandade de Pio, seguidora do francês Marcel Lefebvre,
o proibiu. "Se não, estaria aqui de boa vontade", insistiu.
Os três jornalistas suecos, chamados a testemunhar, também não se
apresentaram ao tribunal. O representante legal da rede sueca enviou
uma carta em que ressalta que o processo contra Williamson
transgride a lei sueca relativa à liberdade de expressão.
Na entrevista, o bispo britânico negou que o regime nazista foi o
responsável pela morte de seis milhões de judeus e afirmou que, no
máximo, morreram entre 200 e 300 mil pessoas, e nenhuma delas nas
câmaras de gás dos campos de extermínio.
As declarações de Williamson, retransmitidas na Suécia no começo
de 2009, provocaram um escândalo, pois coincidiram com o
levantamento por parte do Vaticano da excomunhão que pesava sobre
ele e outros três seguidores do cismático francês Marcel Lefebvre,
fundador da Irmandade de Pio X. EFE