Frankfurt (Alemanha), 9 ago (EFE).- As bolsas de valores da Europa se estabilizaram nesta terça-feira e fecharam com lucros ou quedas moderadas após pregões altamente voláteis, em que o índice DAX 30 de Frankfurt chegou a despencar mais de 7% e o FTSE de Londres caiu mais de 5%.
Os mercados de valores da Europa buscaram se recuperar nesta terça-feira das fortes baixas da véspera, uma "segunda-feira negra" influenciada pelo desabe de Wall Street, que reagiu com grande pessimismo ao rebaixamento da nota da dívida dos Estados Unidos por parte da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P).
O pregão de Frankfurt, após cair mais de 7% durante o pregão desta terça-feira, conseguiu reduzir as perdas ao encerrar com leve baixa de 0,10%, Londres subiu 1,89%; Paris ganhou 1,63%, Milão avançou 0,52% e Madri recuou 0,36%. O indicador Euro-Stoxx-50, que reúne as maiores empresas da zona do euro, registrou alta de 0,3%.
Wall Street também começou o dia com tendência positiva, o que contribuiu para impulsionar as compras nos mercados de valores europeus nos momentos em que os pregões da Europa e dos EUA coincidem.
O índice Dow Jones Industrial, o principal da Bolsa de Nova York, que na segunda-feira caiu 5,55%, registrava alta de 2% por volta do meio do pregão.
Agora, as atenções estão voltadas para a reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para analisar sua política monetária em meio às turbulências financeiras globais após o rebaixamento da nota da dívida dos EUA.
Os operadores preveem que o Fed decida relaxar ainda mais sua política monetária, com uma redução da taxa de juros de depósito que facilitará a fluência da liquidez aos mercados, mas também aumentará o elevado endividamento dos EUA, justamente o que, em parte, provocou essas turbulências.
Nesta terça-feira, a cotação do euro se manteve acima de US$ 1,42 no mercado de divisas de Frankfurt, impulsionado pela intervenção do BCE com a compra de títulos da dívida soberana da zona do euro.
Pelo segundo dia consecutivo, o BCE comprou papéis da dívida pública da Espanha e da Itália e contribuiu para reduzir as taxas de risco, segundo os operadores.
O presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, confirmou que a entidade intervém no mercado secundário da dívida pública, mas destacou que se pediu "de maneira extremamente clara nos últimos dias ao Governo italiano que acelere o retorno a uma situação orçamentária normal", e que "se solicitou o mesmo ao Governo espanhol".
As turbulências generalizadas e a volatilidade nos mercados coincidem com o quarto aniversário da eclosão da crise financeira internacional pela falta de pagamento dos créditos americanos de alto risco "subprime", que levou o Banco Central Europeu a injetar de uma só vez no mercado quase 95 bilhões de euros (R$ 221 bilhões).
Em contraste com a Europa, os mercados asiáticos mantiveram nesta terça-feira a tendência de queda. O índice Hang Seng da bolsa de Hong Kong fechou com perdas de 5,66% e o Nikkei de Tóquio com retrocesso de 1,68%, enquanto o índice geral da Bolsa de Xangai conseguiu se manter livre das quedas de outros mercados regionais e terminou com leve baixa de 0,03%.
As bolsas do Sudeste Asiático voltaram a viver outra jornada de perdas significativas, entre 1,6% e 4%, e o mercado australiano conseguiu mudar de rumo e fechar em terreno positivo.
O ouro - que como o franco-suíço é considerado pelos investidores um ativo seguro em momentos de incerteza - caiu para US$ 1.732 por onça, um dia após bater novo recorde e ultrapassar a barreira dos US$ 1,7 mil por onça.
Nas bolsas da Europa, as ações cíclicas registraram alta, como as do setor automotivo e de construção civil, que tinham registrado forte queda nas últimas jornadas.
Já as ações defensivas - por exemplo, de companhias de distribuição energética como E.on e RWE - caíram ao redor de 6%. EFE