Redação Central, 13 set (EFE).- A disposição mostrada nesta terça-feira por Alemanha e França para conter a crise grega, e a possibilidade de que a China compre títulos da dívida italiana levaram nesta terça-feira as principais bolsas europeias a fecharem em alta.
A bolsa de Madri foi a que mais se destacou, subindo 2,53%. Já a de Milão registrou alta de 2,19%, seguida pelas de Frankfurt (1,85%), Paris (1,41%), Zurique (1,06%) e Londres (0,87%).
Após dois dias nos quais a maioria dos mercados europeus retornou a níveis de março de 2009, as ações efetuadas pelas autoridades europeias para buscar uma solução à possível moratória da Grécia impulsionaram a recuperação da bolsa.
A conferência por telefone que será realizada amanhã entre a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro grego, Giorgos Papandreou, se tornou o principal estímulo da recuperação da bolsa nos pregões de hoje, com a expectativa de que estas conversas sirvam para desbloquear outros 8 bilhões de euros para ajuda à Grécia.
Os investidores consideraram que o diálogo entre os líderes, que poderá ser complementado com um encontro entre uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) e os governantes gregos, contribuirá para resolver os problemas fiscais da Grécia.
A alta dos mercados também foi favorecida pela possibilidade de que o fundo soberano China Investment Corporation (CIC) compre papéis da dívida italiana, depois que o jornal "Financial Times" publicou que o ministro das Finanças da Itália, Giulio Tremonti, recebeu na semana passada o presidente do CIC, Lou Jiwei.
Merkel também apoiou os mercados europeus ao se mostrar otimista sobre a capacidade de esforço da zona do euro para que a Grécia possa receber os fundos da ajuda estipulada em julho.
O rumor, posteriormente desmentido, de que Merkel e Sarkozy iriam emitir um comunicado relativo à situação grega também serviu para fortalecer os mercados europeus.
O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, reuniu-se com o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, com o chefe da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o presidente da Eurocâmara, Jerzy Buzek.
Quanto a outros eventos que afetaram os mercados europeus, a Itália vendeu hoje títulos da dívida a cinco anos - quase 3,9 bilhões de euros - a juros de 5,36%.
Este leilão aconteceu em um dia no qual a prêmio de risco da Itália (que se mede com a diferença entre o bônus italiano a dez anos e o alemão do mesmo prazo) superou os 400 pontos básicos, situando-se no mesmo nível do início de agosto.
O governo da Itália tem amanhã uma nova reunião decisiva, desta vez para a aprovação definitiva de seu último plano de ajuste orçamentário, por um valor de 54 bilhões de euros. EFE