BP bombeia 1,75 mi de litros diários de petróleo de poço acidentado

Publicado 07.06.2010, 22:09
Atualizado 07.06.2010, 22:35

Macarena Vidal.

Washington, 7 jun (EFE).- A companhia British Petroleum (BP) bombeia 1,75 milhão de litros diários de petróleo do poço acidentado no Golfo do México, disse hoje a Casa Branca, ao advertir que os efeitos do derramamento serão sentidos "durante anos".

Em entrevista coletiva na Casa Branca, o almirante do serviço de guarda costeira Thad Allen, encarregado da coordenação nas tarefas de luta contra o vazamento, declarou que as tarefas de contenção do petróleo progridem "bem", mas destacou que ainda haverá maré negra durante semanas e meses.

Segundo Allen, até o momento, se desconhece com exatidão quanto do petróleo bombeado será possível recuperar.

A BP trabalha agora para tentar aumentar o volume de petróleo bombeado da espécie de funil instalado na semana passada sobre o poço para um navio petroleiro na superfície, explicou Allen.

Na atualidade, o cálculo é que a companhia consegue bombear 11 mil barris por dia, ou 1,75 milhões de litros de petróleo.

A empresa pretende agora enviar um petroleiro maior e aumentar o volume recolhido para 20 mil barris diários (3,18 milhões de litros).

No longo prazo, acrescentou o almirante, a BP buscará contar com petroleiros de maior capacidade para bombear o petróleo e erguer uma conexão mais permanente entre o funil que cobre o poço e os navios que armazenam o petróleo na superfície, de modo a poder desconectar com facilidade e resistir à temporada de furacões no Oceano Atlântico que acaba de começar.

Atualmente, no caso de um furacão, talvez seja preciso suspender as operações de bombeamento, explicou.

Segundo Allen, parte do problema para combater o vazamento é que a maré negra "começou a se separar", ou seja, em vez de uma massa compacta de petróleo, há "centenas de milhares de manchas, cada uma indo para um lugar".

"Enfrentamos um inimigo que muda constantemente", assegurou o almirante.

Pouco antes de Allen conceder sua entrevista coletiva, foi divulgada a informação de que derivados de petróleo já estão sendo encontrados em pontos do litoral do Texas - na semana passada, o mesmo aconteceu em praias do norte da Flórida.

A prioridade, disse Allen, é aumentar a capacidade de recolhimento de petróleo da superfície, algo em que o serviço de guarda costeira já trabalha.

Como em ocasiões anteriores, o almirante lembrou que o problema não estará completamente resolvido até princípios de agosto, quando os dois poços alternativos perfurados pela BP estarão prontos.

Mesmo depois da entrada em funcionamento de um dos poços, haverá petróleo no mar pelo menos por mais "quatro a seis semanas", sem levar em conta os derivados que podem chegar à costa, disse Allen.

O efeito do petróleo no ecossistema da zona, no entanto, terá uma duração muito maior, advertiu.

"Tomar conta da poluição do petróleo na superfície marinha levará meses, mas, uma vez recolhido, estará resolvido. Recuperar o ecossistema, o habitat da vida selvagem, levará anos", explicou o almirante.

Allen se reuniu hoje com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a quem falou sobre a situação do vazamento.

Segundo Allen, até o momento, o petróleo chegou a 32 quilômetros lineares de costa, mas ao levar em conta a distância atingida pelo petróleo em alguns pontos, especialmente nas restingas do estado da Louisiana, a superfície afetada é muito maior.

O vazamento começou depois da explosão, em 20 de abril, da plataforma "Deepwater Horizon", em acidente que deixou 11 mortos. Dois dias depois, a plataforma afundou. EFE

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