Washington, 19 jul (EFE).- A petrolífera BP, responsável pelo
vazamento de petróleo no Golfo do México, planeja uma nova forma de
tentar vedar o poço danificado, informou nesta segunda-feira seu
vice-presidente, Kent Wells.
Em entrevista coletiva por telefone, Wells disse que a companhia
vai estudar nos próximos dois dias a possibilidade de injetar lama
pesada na boca do poço, e em seguida anunciará a decisão.
A companhia já tinha feito testes com uma mistura de cimento e
lama para vedar o poço, em maio, sem sucesso. Este novo procedimento
seria semelhante.
A principal diferença, segundo explicação de Wells, é que agora a
BP conta com uma peça de contenção sobre o poço, e que por enquanto
ele é mantido fechado. Isso permitiria que a empresa injetasse a
mistura a baixa pressão e em baixas velocidades, aumentando as
chances de sucesso.
A peça em questão está no local em período de testes, que seria
prorrogado por 24 horas para determinar se vazamentos detectados
perto do poço representam uma ameaça.
O almirante Thad Allen, responsável pela resposta do Governo
americano sobre o vazamento, protagonizou uma tensa troca de
declarações com a companhia no domingo.
No fim do dia, enviou uma carta na qual exigia à companhia que
tomasse precauções extremas e aumentasse a vigilância após ter sido
detectada uma fuga a cerca de três quilômetros da boca do poço.
Nesta segunda, porém, Allen descartou que a fuga tenha relação
com o acidente. Foram identificados outros dois vazamentos menores,
mas o almirante garantiu que nenhum deles representa uma ameaça de
que pode haver novos problemas sérios.
Segundo a BP, o vazamento pode se tratar de nitrogênio, algo que,
segundo a companhia, seria "comum".
De 20 de abril até a última quinta-feira, o acidente causou o
vazamento de uma quantidade entre 35 mil e 60 mil barris de petróleo
às águas do Golfo, provocando a maior catástrofe ecológica na
história dos Estados Unidos. EFE