Washington, 8 mai - Engenheiros da British Petroleum (BP)
intensificarão neste sábado os trabalhos para completar ainda no fim
de semana a instalação de uma caixa de cimento e aço com a qual
esperam controlar o vazamento de petróleo que persiste desde o dia
22 de abril no Golfo do México.
A enorme estrutura de aço e cimento, que pesa cerca de 100
toneladas, desceu 1.500 metros até o fundo mar, e os técnicos da BP
iniciaram imediatamente as operações para instalá-la sobre o poço,
cujo vazamento ameaça contaminar o litoral dos estados americanos de
Louisiana, Alabama, Mississipi e Flórida.
Segundo informou o Serviço de guarda costeira dos EUA, os
técnicos começaram a utilizar dispositivos comandados por controle
remoto para colocar a estrutura com precisão sobre o poço.
Doug Suttles, chefe de operações da companhia petrolífera, disse
aos jornalistas na Louisiana na sexta-feira que a ideia é completar
as conexões nas próximas 48 horas e começar o bombeamento de
petróleo até um navio contêiner de superfície na próxima semana.
No entanto, ele admitiu que a tarefa é difícil e incerta, e que o
sucesso não pode ser assegurado. "Isto nunca foi feito antes, e sem
dúvida haverá complicações", previu.
Suttles explicou que a 1.500 metros de profundidade a temperatura
é muito baixa, e o desafio será impedir que a água congele e obstrua
o encanamento pela qual será bombeado será bombeado o petróleo. Por
isso, a BP planeja injetar água quente na estrutura.
"Esta é uma tecnologia que será aplicada pela primeira vez",
disse Tony Hayward, diretor-executivo da BP em declarações à rede de
televisão "CNN".
"Funciona a 100 ou 120 metros de profundidade, mas as pressões e
as temperaturas são muito diferentes neste caso. Não estamos certos
de que dará resultados", acrescentou.
Se tudo der certo, porém, a empresa acredita que a estrutura
retangular recolherá até 85% dos cerca de 800 mil litros de petróleo
diários que contaminam as águas do Golfo desde o acidente. EFE