BP retoma injeção de químicos para dissolver petróleo no Golfo México

Publicado 10.05.2010, 18:45
Atualizado 10.05.2010, 19:42

Teresa Bouza.

Washington, 10 mai (EFE).- A empresa British Petroleum (BP) retomou hoje a injeção de químicos para dissolver o petróleo que flui nas águas do Golfo do México, em uma nova tentativa de conter os danos do vazamento.

Os produtos, que fracionam o petróleo em pequenas partículas que as bactérias marinhas destroem posteriormente, são aplicados diretamente sobre o principal vazamento de petróleo através de um robô operado a controle remoto.

Além disso, o diretor-geral de operações da companhia, Doug Suttles, disse em entrevista coletiva que a BP planeja instalar esta semana uma nova caixa de contenção sobre a principal fonte do vazamento após o fracasso da tentativa anterior.

A companhia petrolífera, operadora da plataforma que afundou no dia 22 de abril no Golfo do México, reconheceu no sábado que a estrutura de 100 toneladas com a qual buscava colher o petróleo tinha fracassado devido à formação de cristais de gás no seu interior.

Suttles disse que a nova caixa se ajustará melhor sobre o vazamento o que em princípio dificultaria a entrada da água gelada do fundo do mar, evitando assim a formação de cristais.

A BP planeja, além disso, injetar metanol e água quente no interior da nova caixa, o que em teoria serviria também para impedir a formação de cristais que tapem a saída do petróleo, que seria bombeado para um navio na superfície.

Entre as opções para conter o vazamento também está bloquear o poço com uma injeção de plástico e outros materiais, assim como instalar uma nova válvula de selamento, já que a original não foi ativada como deveria quando a explosão aconteceu.

A incapacidade do multinacional em deter a saída de petróleo fez com que legisladores e ecologistas questionem seus planos de emergência.

Ano passado a companhia disse aos reguladores que caso houvesse um vazamento o petróleo chegaria só a uma pequena parte do litoral do estado da Louisiana. Mas a Guarda Litorânea confirmou este fim de semana que foram encontradas bolas de alcatrão no Alabama, muito longe do previsto nos cenários hipotéticos desenhados pela BP.

Além disso, o multinacional indicou em meados de 2009 que tinha químicos dissolventes suficientes, barreiras flutuantes e equipamento para eliminar o óleo da superfície da água caso acontecesse um derrame.

O secretário do Interior dos Estados Unidos, Ken Salazar, advertiu, em declarações repercutidas hoje pelo "The Wall Street Journal", que suas "observações preliminares" o levam a concluir que a BP e seus sócios cometeram "vários grandes erros" antes e depois do desastre.

A BP diz que enfrenta uma situação sem precedentes e que o sistema de selamento, usado em casos de emergência, nunca tinha falhado.

Espera-se que os planos da empresa para lidar com a situação sejam objeto amanhã de uma apuração detalhada em uma audiência no Comitê de Energia e Recursos Naturais do Senado.

Entre os presentes estarão Lamar McKay, presidente da filial americano da BP, assim como Steven Newman, presidente da Transocean, proprietária da plataforma operada pela BP que explodiu no dia 20 de abril e afundou dois dias depois.

A empresa cifrou hoje o custo das tarefas de limpeza no Golfo do México em US$ 350 milhões. EFE

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