Washington, 27 mai (EFE).- A British Petroleum (BP) retomou nesta
quinta-feira as operações para tapar o vazamento no Golfo do México
após parar durante algumas horas para analisar a efetividade da
injeção de fluidos pesados e barro que estão realizando, informou a
Guarda Litorânea.
A BP ordenou a continuidade da operação horas depois que o
diretor-geral de operações da companhia, Doug Suttles, anunciou em
entrevista coletiva a suspensão temporária dos trabalhos.
Suttles garantiu que a suspensão não indicava que a operação não
estava indo bem, mas era uma questão de procedimento.
A empresa iniciou na quarta-feira uma operação para vedar o poço
mediante a injeção de um fluido composto por uma mistura de água,
argila e químicos, à qual se somarão depois camadas de cimento.
Segundo o diretor, a companhia começou a injetar lodo e fluidos
pesados a 1.500 metros de profundidade na tarde da quarta-feira,
depois parou a operação durante a noite para supervisionar o
trabalho e injetar mais 2,4 milhões de litros de barro antes de
continuar os trabalhos, que foram paralisados por mais algumas
horas.
Os resultados demorarão "24 horas ou talvez um pouco mais a
aparecer, mas continuaremos fazendo o trabalho", afirmou Suttles.
Caso esta opção falhe, estão sendo analisadas outras operações,
como a "junk shot" que consiste em introduzir uma variedade de
materiais a alta temperatura, como peças de borracha, que
circulariam pelo tubo para bloquear o vazamento.
A empresa pode incluir todo tipo de elementos que sirvam para
tapar o vazamento, incluindo objetos como bolas de golfe.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, visitará nesta
sexta-feira o estado da Louisiana pela segunda vez para
supervisionar de perto as tarefas de luta contra o derramamento de
petróleo, que já dura cinco semanas desde que aconteceu a explosão e
o posterior afundamento de uma plataforma petrolífera operada pela
BP.
Este vazamento de petróleo já é o pior na história dos EUA, e
muito maior que o provocado pelo acidente do petroleiro Exxon Valdez
no Alasca em 1989, quando foram derramados mais de 40 milhões de
litros.
A diretora do Serviço Geológico dos EUA, Marcia McNutt, disse que
os cálculos preliminares realizados por um painel de cientistas
indicam que o poço aberto deixou fluir entre 71 e 147 milhões de
litros de petróleo no mar desde o acidente do último dia 20 de
abril, quando morreram 11 pessoas. EFE