(Corrige segundo parágrafo que detalha o número de empresas
espanholas que compõe o Ibex-35)
Madri, 3 dez (EFE).- O Brasil é o mercado da América Latina mais
atrativo às empresas espanholas para receber investimentos no
próximo ano, segundo relatório apresentado hoje em Madri.
Realizado por IE Business School e a empresa de consultoria Kreab
& Gavin Anderson, o estudo "2010: Panorama de investimento espanhol
na América Latina" foi apresentado nesta quinta-feira em entrevista
coletiva e reúne as opiniões de 21 das 35 companhias da Espanha que
compõe o índice Ibex-35 da Bolsa de Madri.
Juan Carlos Martínez Lazaro, professor de IE Business School,
disse que os empresários veem como superada a crise na América
Latina e se sentem atraídos pelo desenvolvimento dos mercados
internos do Brasil, seguido por México, Chile e Peru.
"A redução da pobreza, o aumento do emprego, do consumo e a menor
instabilidade social, de alguma maneira fazem com que as empresas
espanholas do setor serviços vejam com maior vantagem o mercado que
se está desenvolvendo", indicou.
Na ponta de baixo dos interesses espanhóis estão o Equador,
Bolívia, Venezuela e Argentina, como mercados menos atrativos.
De acordo com Lazaro, essas nações acumulam "desequilíbrios",
como inflação, tensões na taxa de câmbio, políticas que interferem
em investimentos estrangeiros e ainda negam a dívida externa e a
ajuda de organismos financeiros internacionais.
"São países com grandes déficits econômicos e desequilíbrios, que
embora pudessem se manter mais ou menos ocultos ou controlados em
épocas de bonança econômica, em períodos de crise as diferenças
ficam aguçadas", afirmou.
Os preços elevados das matérias-primas, especialmente o petróleo,
voltaram a esconder estes fatores que "estão ali, se não forem
corrigidos em algum momento acabarão explodindo, é uma questão de
tempo".
Com a exceção do Chile, todos os países latino-americanos não são
competitivos no que diz respeito à mão-de-obra, de acordo aos
resultados.
Santiago do Chile e São Paulo são as cidades com maior
preferência para centralizar as operações, embora cada vez mais
estejam optando por sedes regionais.
Martínez Lázaro acrescentou que é necessária uma segunda onda de
investimentos espanhois na América Latina para que as pequenas e
médias empresas aumentem suas exportações e aproveitem à presença de
grandes companhias na região. EFE