Paris, 1 jul (EFE).- O secretário de Comércio Exterior, Welber
Barral, explicou hoje em Paris que espera que as exportações à
Europa recuperem em 2011 os níveis que alcançaram antes da crise
econômica e financeira.
No entanto, Barral disse na capital francesa que essa progressão
dependerá, em grande parte, da recuperação das indústrias europeias,
que importam principalmente matérias-primas brasileiras.
Nos seis primeiros meses do ano, as exportações do Brasil para a
Europa, que representam 23% do total do país, aumentaram em 20% com
relação a 2009, apesar do ano de referência registrar um volume
muito inferior ao de 2007, antes que a economia global notasse as
turbulências.
Os dados semestrais da balança comercial mostram que o país
acumulou no primeiro semestre do ano um superávit comercial de US$
7,887 bilhões, o que significa uma queda de 43,29% frente ao mesmo
período de 2009 e o pior saldo para esse lapso nos últimos oito
anos.
Barrel, no entanto, destacou que o Governo revisou para cima em
11% suas previsões de exportação para o ano, passando de US$ 168
bilhões para US$ 180 bilhões, após um primeiro semestre na qual elas
se situaram em US$ 89,189 bilhões.
Após visitar Londres e Genebra, Barral chegou a Paris para
participar de um evento organizado pela revista "The Economist" e
para se reunir com membros do Ministério da Economia francês.
Entre os temas que serão abordados com os responsáveis franceses
de Economia destaca-se o interesse das empresas francesas em
participar da criação de infraestruturas para a Copa do Mundo do
Brasil em 2014 e para os Jogos Olímpicos que serão realizados no Rio
de Janeiro em 2016.
O Brasil investirá US$ 700 bilhões nesse período, o que desperta
o interesse de empresas francesas dedicadas a áreas como as
tecnologias de informação e a segurança, explicou o secretário de
Comércio Exterior.
Os "desafios" relacionados com os dois grandes eventos esportivos
passam por "simplificar a relação tributária, tanto para aumentar as
capacidades de exportação como para favorecer o investimento"
estrangeiro, disse Barrel, que entende que um dos primeiros passos
será aumentar a capacidade aeroportuária.
Nos últimos quatro anos, o tráfico de passageiros aumentou a um
ritmo de 10% por ano, enquanto esse tipo de infraestrutura não
avançou. EFE