Bruxelas, 21 abr (EFE).- A Comissão Europeia defendeu hoje a
criação de um 'céu único europeu' o mais rápido possível a fim de
melhorar a gestão do tráfego aéreo e evitar que se repitam crises
como a provocada pelas cinzas vulcânicas.
A porta-voz comunitária de Transporte, Helen Kearns, afirmou que
se a União Europeia contasse com um céu único em lugar de um espaço
aéreo fragmentado em 27 espaços nacionais as decisões teriam sido
tomadas muito mais rápido.
A UE aprovou em dezembro de 2009 um marco normativo geral que
agora esta sendo desenvolvido em medidas concretas, que
previsivelmente não devem vir à tona até o fim do ano e não entrarão
em vigor até janeiro de 2012.
Dada a magnitude da crise provocada pelas cinzas do vulcão
islandês, Bruxelas é partidária de acelerar o processo de aprovação
e reforçar aspectos técnicos que seguem sem estar cobertos, uma
ideia que o vice-presidente da CE e comissário de Transporte, Siim
Kallas, deve propor ao colégio de comissários na próxima
terça-feira.
Essa nova norma reforça o papel da Agência Europeia de Segurança
Aérea (EASA) e propõe a criação de um gerente europeu do tráfego
aéreo (ATM, na sigla em inglês).
Criada em 2006, a EASA passaria assim a se encarregar da
concessão de certificados para os controladores aéreos e não só para
os aviões como fazia até agora.
O ATM completaria o trabalho da agência de segurança ao formular
recomendações sobre gestão do tráfego aéreo que permitiriam
coordenar as decisões em escala europeia.
Dos seis mil aviões que atravessaram zonas poluídas por cinzas
vulcânicas nesta terça-feira, só três aeronaves militares tiveram
algum tipo de impacto em seus motores, segundo uma fonte
comunitária, que antecipou que as provas para estabelecer os riscos
possam levar até seis meses.
Bruxelas assegura que a criação de um céu único europeu permitirá
reduzir em um 50% o custo para as companhias em matéria de gestão do
tráfego aéreo, dobrar a capacidade da rede europeia de transporte
aéreo em 2020, reduzir em 10% o impacto ambiental e multiplicar por
10 os níveis de segurança. EFE