Lisboa, 12 ago (EFE).- Os juros da dívida soberana portuguesa a dois e cinco anos caíram nesta sexta-feira e se situaram abaixo de 12%, depois que a missão da União Europeia (EU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliasse positivamente os três primeiros meses do resgate financeiro a Portugal.
Ao meio-dia, a penalização dos bônus a dois anos era negociada a 11,77%, abaixo de 11,82% da quinta-feira, segundo fontes do mercado. No dia 18 de julho este prazo de dívida tinha alcançado 20,35%.
A cinco anos, a pressão caiu ligeiramente de 11,66% da quinta-feira até 11,62%, longe do pico de 17,45% registrado em 15 de julho. No entanto, no prazo a 10 anos, os juros da dívida portuguesa subiram levemente de 10,50% até 10,54%.
A UE e FMI aplaudiram a gestão do atual Executivo luso, de sinal conservador, pela aplicação de várias reformas econômicas e fiscais. Tal aprovação significa que Portugal cumpre os requisitos para seguir recebendo nos próximos meses parte do empréstimo de 78 bilhões de euros, concedido a Lisboa para os próximos três anos.
No entanto, a UE e o FMI avisaram da necessidade que o setor bancário do país aumente seu capital e reduza os efeitos do endividamento financeiro para recuperar a senda do crescimento o mais rápido possível.
Enquanto isso, o ministro das Finanças de Portugal, Vítor Gaspar, antecipou nesta sexta-feira o anúncio de várias medidas para cumprir com a meta do déficit de 5,9% este ano, entre as quais destaca o aumento previsto do IVA na eletricidade e o gás natural da taxa reduzida (6%) à máxima (23%).
O objetivo deste imposto é arrecadar 100 milhões de euros para contribuir para tapar o desvio de 1,1% do PIB (estimado em 2 bilhões) descoberto nos primeiros seis meses do ano, cinco dos quais foram sob um Executivo socialista. EFE