São Paulo, 15 ago (EFE).- O presidente do México, Felipe
Calderón, anunciou hoje, em São Paulo, seu apoio à proposta
apresentada por empresários brasileiros para a adoção de um acordo
de livre-comércio, para incentivar as correntes comerciais e de
investimentos entre as duas maiores economias da América Latina.
"Recebo com muito interesse a proposta dos empresários
brasileiros. Precisamos ser superiores aos medos e preconceitos e,
por isso, me ofereço para planejá-las para empresários e setores
econômicos, políticos e sociais do meu país", afirmou Calderón, no
encerramento de um seminário empresarial bilateral.
No primeiro de seus compromissos durante a visita oficial de três
dias ao Brasil, Calderón participou da assinatura de um memorando de
entendimento entre o setor brasileiro do Conselho Empresarial da
América Latina (CEAL) e a Associação Empresarial Mexicana no Brasil
(Asemexbra).
Para o presidente do CEAL Brasil, Marcus Vinícius Pratini de
Moraes, a assinatura do memorando tem o objetivo de ser o "primeiro
passo concreto" para as negociações de um acordo de livre-comércio
bilateral.
"Queremos mais comércio, mais investimentos e mais negócios entre
Brasil e México. Desde 2000, triplicamos o comércio bilateral e isso
sem um acordo de livre-comércio. Além disso, o Brasil é o principal
destino dos investimentos mexicanos na América Latina", assegurou
Calderón.
Em 2008, segundo números oficiais brasileiros, o comércio
bilateral alcançou US$ 7,4 bilhões, com um superávit brasileiro de
US$ 1,156 bilhão, enquanto os investimentos mexicanos no Brasil
chegaram a um total US$ 16 bilhões e os brasileiros no México aos
US$ 2 bilhões.
Calderón comentou que "o importante não é quem tem o saldo
positivo da balança, mas o tamanho da balança. É questão de
crescimento e emprego e não de superávit ou déficit de balanças".
"O comércio não danifica ninguém quando é livre. Expande a
capacidade e as oportunidades. Mas a liberdade não deve ser restrita
ao setor econômico, deve ser aplicada também ao político, ao social,
ao cultural", acrescentou. EFE