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Calderón enfatiza integração e comércio em 1º dia de visita ao Brasil

Publicado 15.08.2009, 18:49
TTEF
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São Paulo, 15 ago (EFE).- A integração e o aumento do comércio bilateral foram os temas que dominaram hoje o discurso do presidente do México, Felipe Calderón, no primeiro de seus três dias de visita oficial ao Brasil.

"Como país que dá prioridade à transformação em sua economia, nos interessa muito conhecer e analisar a experiência brasileira. México e Brasil querem ser aliados, para edificarem uma arquitetura de paz, segurança e bem-estar partilhado", comentou, no encerramento de um seminário empresarial bilateral.

Calderón, que anteriormente foi à Colômbia e ao Uruguai, iniciou em São Paulo uma viagem de três dias, na qual a integração, o comércio e a cooperação tecnológica ocuparão a maior parte de sua agenda.

O presidente mexicano chegou hoje ao Brasil, à frente de uma comitiva da qual também fazem parte seus ministros das Relações Exteriores, Patricia Espinosa; de Energia, Georgina Kessel, e de Economia, Gerardo Ruiz Mateos.

Para o governante, países como o México, Brasil, Chile e Colômbia devem sobressair entre as economias emergentes que dão "sinais de recuperação", depois do agravamento da crise global.

"A oportunidade de crescimento para o Brasil tem a ver com o México e vice-versa, mas não como uma soma aritmética e sim como uma potencialização", destacou Calderón, que enfatizou os "privilégios geográficos" e os quase 50 acordos comerciais oferecidos pelo México na intenção de abertura a outros mercados.

Nesse sentido, lembrou que, apesar da crise, o investimento em infraestrutura em seu país passou de 3% para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) mexicano e a tarifa alfandegária média para as importações caiu de 13% para 8%, em um processo que se espera chegar aos 4%.

No primeiro de seus compromissos, Calderón acolheu a proposta apresentada por empresários brasileiros para a adoção de um acordo de livre-comércio bilateral.

"Recebo com muito interesse a proposta dos empresários brasileiros. Precisamos ser superiores aos medos e preconceitos e, por isso, me ofereço para planejá-la a empresários e setores econômicos, políticos e sociais do meu país", disse.

"Vamos pelo caminho correto, porque, se nos unirmos, o ganho é líquido, pois implica uma multiplicação de consumidores de 300 milhões de pessoas. Queremos ser a plataforma pioneira do comércio global, mas ao lado do Brasil e com uma participação decidida e sem hesitação", acrescentou.

Em 2008, segundo números oficiais brasileiros, o comércio bilateral alcançou os US$ 7,4 bilhões, com um superávit do Brasil de US$ 1,156 bilhão, enquanto os investimentos mexicanos no Brasil chegaram a um total de US$ 16 bilhões e os brasileiros no México aos US$ 2 bilhões.

"O importante não é quem tem o saldo positivo da balança, mas o tamanho da balança. É uma questão de crescimento e emprego e não de superávit ou déficit de balanças. O comércio não danifica ninguém quando é livre", assegurou.

Depois do encontro empresarial promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o líder mexicano se reuniu com o governador do estado de São Paulo, José Serra, e com empresários brasileiros do setor de biocombustíveis.

Serra deu uma camisa do Palmeiras a Calderón, time do qual é torcedor, e ganhou uma da seleção mexicana com seu nome.

Os empresários brasileiros do setor de biocombustíveis, por sua parte, propuseram às autoridades mexicanas renovar a frota de automóveis com veículos brasileiros "flex de combustível derivado do petróleo" e assim adiantar-se a uma eventual renovação da matriz energética.

Amanhã, Calderón e sua comitiva estarão no Rio de Janeiro, no escritório de pesquisas de biocombustíveis da Petrobras e na segunda-feira, em Brasília, o líder de Estado mexicano será recebido pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. EFE

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