Berlim, 30 set (EFE).- O Bundesrat, a Câmara alta do Parlamento alemão, aprovou automaticamente nesta sexta-feira a ampliação do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), um dia depois de ser sancionado por uma grande maioria dos deputados do Bundestag, a Câmara baixa.
Sem realizar nenhuma votação, os representantes dos 16 estados federados alemães se limitaram a dar sinal verde ao projeto de lei, que poderia ter sido adiado se tivessem convocado a comissão mediadora, o que não aconteceu.
Durante a sessão desta sexta-feira no Bundesrat, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, considerou "preocupante" a situação dos mercados financeiros e afirmou que isto é um peso para a economia mundial e para a Alemanha.
Schäuble destacou que a principal preocupação é que as turbulências e a alta dívida pública de muitos países acabem provocando uma nova crise do setor financeiro dentro e fora da zona do euro e considerou necessário que o FEEF receba rapidamente novas ferramentas de trabalho.
O Bundestag aprovou nesta quinta-feira a ampliação do FEEF com 523 votos a favor, 85 votos contra e 3 abstenções, em uma votação em que os partidos da coalizão da chanceler Angela Merkel representaram a maioria.
Com a votação favorável do Bundestag e o Bundesrat alemães já são 11 países dos 17 que formam o Eurogrupo a aprovar o acordo, depois de Espanha, Bélgica, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Eslovênia e Finlândia.
Criado em 2010 e ampliado em 24 de junho, o fundo temporário de resgate é avaliado em 780 bilhões de euros em garantias, embora sua capacidade efetiva de empréstimo para socorrer países em dificuldades supere 440 bilhões.
No caso da Alemanha, a ampliação do regime de garantias representa um aumento da contribuição inicial de 123 bilhões de euros para 211 bilhões, equivalentes a praticamente dois terços do orçamento nacional.
O fundo de resgate temporário será substituído em 2013 por outro órgão financeiro de caráter permanente, o Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM, na sigla em inglês), cuja capacidade efetiva de crédito superará 500 bilhões de euros. EFE