Londres, 6 jun (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David
Cameron, advertiu que o Governo fará cortes "dolorosos" no gasto
público para tentar combater a enorme dívida que enfrenta o país.
Em declarações publicadas hoje por "The Sunday Times", o líder
'tory' assinalou que o Governo de coalizão de conservadores e
liberal-democratas tentará convencer o povo sobre a conveniência de
aplicar esses planos "neste difícil viagem".
"Há uma dívida enorme que é preciso enfrentar. Cruzar os dedos e
esperar que haja um crescimento econômico e confiar em que (a
dívida) desapareça não é uma resposta", disse o "Premier".
O Governo apresentará no dia 22 de junho seu Orçamento geral.
O primeiro-ministro assinalou que o Executivo tentará resolver as
"enormes faturas em conceito de bem-estar" que paga atualmente o
setor público, da mesma forma que lidará com a "burocracia criada na
última década".
"Se não, terão que ser feitas reduções que não queremos fazer. É
preciso enfrentar as áreas onde vivemos além de nossas
possibilidades", disse Cameron.
Em declarações ao jornal "The Observer", o
vice-primeiro-ministro, o liberal-democrata Nick Clegg, esclareceu
que as reduções que este Governo planeja fazer não vão representar
uma volta aos cortes feitos nos 80 com a ex-primeira-ministra
conservadora Margaret Thatcher.
O líder liberal afirmou que "é importante que o povo entenda que
o recorte nas despesas não implica uma repetição dos anos 80".
"Vamos abordar este assunto de forma diferente", diz o "número 2 do
Governo.
Além disso, Clegg lembrou que outros Governos de
"centro-esquerda" também tiveram que optar por cortes no gasto
público, como no caso da Suécia, Estados Unidos e Canadá durante a
década de 90.
"Eles tomaram decisões muito difíceis sobre transferência de
pagamentos, subvenções, bem-estar, decisões realmente duras", disse.
EFE