BRASÍLIA (Reuters) - O diretor de Política Econômica e de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva, deixará o cargo em setembro para assumir a vice-gerência geral do Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements, BIS), em mudança vista pelo presidente do BC, Alexandre Tombini, como oportunidade para o Brasil.
Em avaliação sobre a indicação de Awazu para o posto, equivalente ao de vice-presidente do BIS, Tombini disse nesta terça-feira que esta será uma oportunidade para o país aprofundar sua inserção na arquitetura financeira internacional.
O anúncio da ida do diretor para o BIS ocorre pouco mais de um mês após ele ser indicado por Tombini para substituir Carlos Hamilton na diretoria de Política Econômica.
De perfil mais desenvolvimentista e bastante alinhado com o presidente do BC, Awazu chegou a afirmar para economistas em encontro recente que faria o que fosse necessário para combater a inflação, com suas declarações vistas como uma tentativa de se desvencilhar da imagem de "dovish".
Em fevereiro, a inflação medida pelo IPCA subiu 1,22 por cento, acumulando alta de 7,70 por cento em 12 meses, no maior nível desde maio de 2005. Na semana passada, o BC manteve o ritmo do aperto monetário, elevando a Selic em 0,5 ponto percentual, a 12,75 por cento ao ano, maior patamar desde janeiro de 2009.
SUBSTITUIÇÃO NO BC
A substituição de Awazu no BC será feita no terceiro trimestre, já que ele assume a nova função no BIS em 1º de outubro, para mandato que vai de 2015 a 2020.
Ele substituirá Hervé Hannoun, que deixa o BIS para se aposentar.
Desde 2010 Awazu integrava a diretoria do BC. Antes disso, ele também atuou no Banco Mundial, e como chefe da Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento e secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
(Por Marcela Ayres; Reportagem adicional de Luciana Otoni)