Bogotá, 9 mar (EFE).- O ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos,
candidato à chefia de Estado da Colômbia desde segunda-feira,
prometeu dar seguimento ao legado do atual presidente, Álvaro Uribe.
Santos recebeu ontem o apoio do Partido do U oficializando assim
sua candidatura. As eleições serão realizadas no dia 30 de maio e a
possibilidade de Uribe concorrer ao terceiro mandato foi descartada
pela Corte Constitucional.
"Uribe nos deixa um maravilhoso legado sobre o qual é preciso
construir, mas este país tem grandes desafios que temos que
enfrentar, grandes desafios que temos que superar", afirmou.
O candidato antecipou que centrará a campanha em "tudo que tenha
a ver com o avanço social". "Eu acho que o país aí tem que avançar
muito mais rápido", acrescentou.
Durante a gestão de Santos à frente da Defesa, as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (Farc) sofreram os golpes militares mais
duros em 45 anos de história.
O economista é proveniente de uma das famílias mais influentes do
país e lembrou que algumas das políticas do atual presidente, que
assumiu em 2002, só começarão a dar frutos em 2020.
"Temos que pensar a longo prazo", disse. "As políticas públicas
de quatro anos apenas geralmente não funcionam e, além disso, não
são práticas. É preciso olhar mais a frente", completou.
Com o lema "Se não é Uribe, Santos", o ex-ministro retomou a
campanha soterrada desde que renunciou à pasta de Defesa, em maio de
2009. A sua gestão foi marcada pela dedicação à chamada Política de
Segurança Democrática, eixo do Governo do atual presidente que tem
como propósito acabar com as guerrilhas.
Em parte pela sua atuação junto às Farc, Santos já aparece como
favorito nas pesquisas e conta com 23% de aprovação popular. No
entanto, o número não é suficiente para garantir uma vitória no
primeiro turno.
A última edição da revista "Semana" cogita a possibilidade de o
candidato "ser derrotado frente a uma possível coalizão de
adversários" caso vá para o segundo turno.
Um artigo da revista afirma que o candidato governista tem muitos
inimigos políticos, mas ao mesmo tempo adverte que "não é manco",
mas "um estrategista e um homem com sorte".
Santos deverá aplicar essas habilidades em sua campanha. Ele
também terá que lidar com seu grande calcanhar-de-aquiles, os
chamados 'falsos positivos'.
O nome se refere às execuções de civis por parte de membros da
Polícia em troca de recompensas. As vítimas eram apresentadas como
guerrilheiros mortos em combate.
Cerca de dois mil casos do tipo que estão sendo investigados pela
Promotoria aconteceram durante a gestão de Santos como ministro da
Defesa. EFE