Budapeste, 7 jan (EFE).- A Alta Representante para as Relações Exteriores e a Política de Segurançada da União Europeia (UE), Catherine Ashton, ressaltou nesta sexta-feira tanto a unidade existente em um momento de crise para o euro como a polêmica por uma lei de imprensa na Hungria, criticada por seus possíveis restrições à liberdade de imprensa no início de sua Presidência semestral.
"Não são 27 países que falam um só idioma, mas há uma mensagem que é pronunciada em 27 vozes", disse Catherine em Budapeste.
A Alta Representante visitou Budapeste pela primeira vez depois que em primeiro de janeiro a Hungria assumiu a Presidência de turno da UE e desejou "muito sucesso" ao país centro-europeu para os próximos seis meses.
O Governo húngaro reúne-se hoje pela primeira vez em sua função de Presidência da UE com a Comissão Europeia (órgão executivo do bloco), comandada por José Manuel Barroso, para tratar os temas e as prioridades do semestre.
Neste encontro com a Comissão espera-se que se trate a polêmica lei de imprensa, aprovada pelo Parlamento húngaro em dezembro e que causou uma chuva de críticas procedentes tanto do estrangeiro como da própria Hungria.
Catherine assegurou que a polêmica não afetará os objetivos da Presidência húngara, e que Budapeste e Bruxelas mantêm "uma forte relação".
Entre outros pontos, a lei outorga amplos poderes ao recém criado Conselho de Mídia, composto por membros nomeados pelo governante partido Fidesz, e seu líder, o conservador Viktor Orban, que contam com grande maioria de mais de dois terços no Parlamento.
Este conselho tem faculdades para multar os jornais e portais digitais em caso de infringir a proibição de agravar a moral pública, uma formulação ambígua que foi criticada pelos próprios meios.
A Comissão e o Governo húngaro também tratarão a situação econômica europeia, uma das prioridades da Presidência húngara da UE.
Um dos desafios determinantes do próximo semestre será o da crise da dívida na zona do euro, que levou ao resgate financeiro da República da Irlanda e da Grécia.
Budapeste aposta em acelerar o chamado "semestre europeu", pelo qual os Governos da UE terão que antecipar o envio a Bruxelas das principais linhas de seus orçamentos para o exercício seguinte, antes que sejam aprovados por seus respectivos Parlamentos nacionais.
Outra questão-chave que será debatida durante a Presidência húngara será a reforma do Tratado de Lisboa para criar um mecanismo permanente de resgate de países do euro em dificuldades, e que substituirá o instrumento financeiro de 750 bilhões de euros criado em maio. EFE