Bruxelas, 5 out (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta quarta-feira em Bruxelas que é partidária da recapitalização dos bancos europeus se for constatado que as instituições não tenham capacidade de resistir à crise da dívida.
"A Alemanha está preparada para levar a cabo essa recapitalização", disse a chanceler em entrevista coletiva após seu encontro com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, e o colégio de comissários da organização.
A governante, no entanto, disse que os chefes de estado devem tomar essa decisão com base em critérios concretos elaborados pelas autoridades financeiras, o que pode demorar um tempo que é cada vez mais curto. A líder se disse disposta a discutir um novo plano no Conselho Europeu, que se reunirá nos dias 17 e 18 de outubro.
Merkel afirmou depois no Parlamento Europeu, que apesar do acordo de 21 de julho (no qual ficou estipulado a ajuda da UE à Grécia) incluir a possibilidade de que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) conceda empréstimos aos governos para financiar a recapitalização de bancos, essa opção depende de algumas condições.
A chanceler disse que os governos, e em último caso o FEEF, só devem intervir nas instituições financeiras se essas não conseguirem reunir capital necessário. Os bancos europeus estão sofrendo as consequências da crise financeira, principalmente as entidades que têm uma maior exposição à dívida grega, como é o caso do banco franco-belga Dexia.
Merkel também disse que provavelmente o setor privado terá uma participação maior no resgate à Grécia aprovado no dia 21 de julho. "Precisamos ver se os números atuais ainda são possíveis, se não, será preciso fazer um ajuste", disse a chanceler, que acrescentou que quem fará essa conta será a União Europeia e o FMI.EFE