La Plata (Argentina), 29 mar (EFE).- O presidente venezuelano, Hugo Chávez, acusou nesta terça-feira a Otan de realizar um massacre na Líbia com o objetivo de matar o líder líbio, Muammar Kadafi, e se apoderar como "vampiros" da riqueza petrolífera do país africano.
"É preciso ser cínico demais para, usando como desculpa a proteção da vida de um povo, jogar bombas nesse povo. Esse é o cúmulo do cinismo, destroçar um país por capricho de um grupinho", disse Chávez em um ato na cidade argentina de La Plata.
O venezuelano acusou o Governo do presidente americano, Barack Obama, que definiu como um "curioso prêmio Nobel da Paz" que "recebeu várias guerras, deu continuidade e agora começou outra atropelando o direito humanitário e assassinando inocentes".
"Obama veio à América do Sul e daqui deu a ordem para iniciar os bombardeios", disse perante uma multidão na Universidade de La Plata, onde recebeu um prêmio como promotor da "comunicação popular".
Chávez leu durante seu extenso discurso algumas linhas escritas pelo líder cubano Fidel Castro, que disse ter advertido sobre um iminente ataque da Otan à Líbia.
Segundo o venezuelano, Castro escreveu que não compartilha as ideias políticas nem religiosas de Kadafi, mas vê a Líbia como um país não-alinhado que é vítima de uma ataque "brutal".
O presidente venezuelano assinalou que a Europa "não tem uma gota de petróleo", enquanto a Líbia conta com as maiores reservas de petróleo da África.
"Necessitam como vampiros ao amanhecer do petróleo, seja da Líbia ou de quem for, para sustentar seu insustentável modo de vida, poluente, destrutivo e que está acabando com a vida no planeta e ameaça a continuidade da vida humana", disse Chávez.
Considerou que o que ocorre na Líbia é "uma ameaça para todo o mundo", pois os países que atacam essa nação africana "utilizam a ONU fa forma que querem" e "escolhem um país, geram uma crise interna, geram violência, para depois condenar seu Governo".
Chávez sustentou que, embora não compartilhe de "todas as ideias" de Kadafi, é preciso "respeitar a soberania dos povos e exigir o respeito à vida humana". EFE