Caracas, 13 mai (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
disse nesta quinta-feira que está disposto a eliminar as bolsas de
valores do país, que, segundo ele, estão supostamente envolvidas em
um plano para elevar artificialmente o valor do chamado 'dólar
permuta'.
"Se for preciso acabar com todas as casas de bolsa, faremos",
declarou Chávez, durante ato oficial em Caracas, onde acusou as
instituições de serem instrumentos criados pela burguesia para
conduzir o dinheiro do povo.
O líder fez a afirmação ao comentar a aprovação nesta
quinta-feira de uma reforma à Lei contra Ilícitos Cambiais que deixa
em mãos do Banco Central da Venezuela (BCV) o controle do chamado
dólar permuta.
Nesse contexto, Chávez voltou a assinalar que as bolsas fizeram
supostos manejos especulativos de bônus nominados ou pagáveis em
dólares, emitidos pelo BCV, o que elevou o valor da divisa de forma
"irracional".
"Farão falta as casas de bolsa? Quem aqui do povo precisa delas?
Não, não fazem falta. Os ricos inventaram um sistema para conduzir
os recursos do povo, os recursos do Estado, os recursos do país",
afirmou Chávez.
O presidente disse ainda que essa alta artificial do dólar
permuta, que afetou de maneira importante a inflação segundo os
economistas locais, faz parte de um "plano da burguesia" que
persegue gerar "mal-estar" na população e descontente em relação ao
Governo "revolucionário" que dirige há 11 anos.
A Venezuela tem um controle estatal de câmbio com duas taxas
fixadas pelo Banco Central da Venezuela (BCV): uma preferencial de
2,6 bolívares por dólar para as importações consideradas essenciais,
e outra de 4,3 bolívares para o restante das operações.
Também há o chamado dólar paralelo, ou 'permuta', ligado a bônus
nominados ou pagáveis em moeda estrangeira emitidos pelo BCV e
negociados pelo sistema financeiro, cujo preço chegou a ser o dobro
do valor oficial. EFE