Caracas, 17 abr (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
comprometeu neste sábado a China com o desembolso de US$ 20 bilhões
para um plano de financiamento "de grande volume e a longo prazo", e
em troca garantiu mais petróleo ao gigante asiático.
"A China fornecerá financiamento de US$ 20 bilhões para ajudar no
desenvolvimento da Venezuela, em condições que em nada têm a ver com
as leoninas de organismos multilaterais de crédito como o Fundo
Monetário Internacional", ressaltou o chefe de Governo venezuelano,
sem detalhar as condições desse desembolso, que ia assinar em
Caracas com o presidente Hu Jintao.
O governante chinês teve que suspender sua visita ao Chile e
Venezuela devido a um terremoto que causou mais de mil mortos em seu
país.
Chávez reiterou as condolências de seu Governo por essa tragédia,
mas que Jintao não quis que significasse o adiamento dos acordos,
revelou.
As autoridades venezuelanas assinaram os acordos com membros de
uma delegação governamental enviada por Jintao a Caracas, liderada
pelo ministro de Administração de Recursos Energéticos da China,
Zhang Guobao.
Chávez destacou que os US$ 20 bilhões não têm comparação na
política de cooperação durante os 60 de existência da República
Popular da China, esclarecendo que "não tem a ver com o fundo"
estipulado anteriormente e que significou a ajuda de Pequim a
Caracas no valor de US$ 12 bilhões para financiar diversas obras.
Outros acordos assinados apontam para a garantia de energia
elétrica na Venezuela, com a construção de usinas elétricas que
gerarão um total de 1.400 megawatts, com o uso do resíduo de
petróleo venezuelano chamado coque.
Chávez lembrou que a Venezuela já envia à China cerca de 500 mil
barris diários de petróleo o que, graças à assinatura hoje de um
acordo adicional para a criação de uma empresa mista binacional que
operará na Faixa do Orinoco, a esse volume serão acrescentados
outros 400 mil barris.
"Todo o petróleo que a China possa precisar para se consolidar
como uma grande potência está aqui", disse e previu que o gigante
asiático se transformará "na primeira grande potência mundial".
"E isso é muito bom para o mundo, porque a China veio se tornando
uma grande potência sem atropelar ninguém, sem invadir ninguém, sem
bloquear ninguém, sem atropelar povos, sem impor suas condições
leoninas, sem violar a soberania de nenhum povo", destacou.
Nesse contexto destacou que os convênios assinados entre Caracas
e Pequim foram negociados "em pé de igualdade e respeitando o
interesse comum de ambas as nações", e se somam "à rede a cada dia
mas ampla, sólida e extensa de relações e cooperação que deu forma a
uma aliança estratégica de alto interesse". EFE