Aldo Rodríguez Villouta.
Caracas, 7 mai (EFE).- Restando exatos cinco meses exatos para o pleito no qual tentará sua terceira reeleição, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que se submete a tratamento de radioterapia em Cuba, não apareceu nesta segunda-feira nem mesmo no Twitter, embora seus colaboradores garantam que ele trabalha mais do que nunca.
As últimas mensagens de Chávez na rede social são de sexta-feira passada, quando comentou uma série de atos transmitidos pela televisão. Em alguns deles, não esqueceu de pedir a seus seguidores para trabalhar "rumo à vitória em 7 de outubro", quando os venezuelanos decidirão entre ele e o candidato único da oposição, Henrique Capriles, para dirigir o país entre 2013 e 2019.
O silêncio do governante foi suprido por dirigentes de seu partido, o Socialista Unido da Venezuela (PSUV), entre eles Aristóbulo Istúriz, que declarou que Chávez, "ainda em tratamento, está governando mais do que nunca".
"Aqui não se toma nenhuma medida no governo, nenhuma medida no partido, sem a participação do presidente, esteja aqui, esteja em Cuba ou esteja na China", disse Istúriz à rede de televisão estatal.
Chávez permanece em Cuba há uma semana para prosseguir com a radioterapia prescrita depois que em 26 de fevereiro lhe foi retirado um novo tumor maligno - recorrência do câncer que o levou à sala de cirurgia inicialmente em junho do ano passado.
Istúriz disse que nas fileiras socialistas se espera que o presidente se restabeleça "de maneira definitiva".
No desenvolvimento da campanha eleitoral "não podemos ter a preocupação" de uma piora de sua saúde, "e para isso o presidente tem que assumir seu repouso, seu tratamento, deve assumí-lo por completo e deve assumí-lo com confiança", acrescentou.
Por sua vez, o vice-presidente do PSUV e presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, afirmou que "mais cedo do que nunca" Chávez estará "recuperado de tudo", razão pelo qual se mantém como o único "candidato certo" nas eleições presidenciais.
Todas as pesquisas divulgadas nas últimas duas semanas dão a Chávez uma vantagem sobre Capriles com margens que variam de 5 a 33 pontos. Por isso, ressaltou Cabello, na oposição se fala de uma "transição", pelo "desastre" de ter um candidato que "não cai no gosto popular", e "a cada dia as pesquisas falam de um aumento" da diferença.
Enquanto isso, Capriles também optou hoje por se comunicar através do Twitter, onde afirmou que em cinco meses os eleitores lhe abrirão "a porta para o futuro".
A Venezuela se encontra - acrescentou Capriles em outra mensagem - "a 5 meses de escolher entre um presente de estagnação ou um futuro de progresso para todos". EFE