Madri, 11 jun (EFE).- O vice-primeiro-ministro britânico, o
liberal-democrata Nick Clegg, afirmou hoje em Madri que o Reino
Unido não comprometerá a soberania das Ilhas Malvinas, que provocou
em 1982 uma guerra entre seu país e Argentina.
"Achamos que os direitos, a soberania, as preferências dos ilhéus
(população das Malvinas) têm uma importância primordial", assinalou
Clegg em um café da manhã celebrado na sua primeira visita oficial à
Espanha.
"Não comprometeremos os direitos, as preferências e a soberania
dos habitantes das Malvinas", ressaltou o "número dois" do Governo
de coalizão dirigido pelo conservador David Cameron.
"Claramente, desejamos que as Ilhas Malvinas permaneçam como
parte do Reino Unido", ressaltou Clegg.
O líder do Partido Liberal-Democrata britânico fez os comentários
depois que na terça-feira passada na 40ª Assembleia Geral da
Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovasse uma declaração na
qual os chanceleres reiteraram apoio à Argentina em sua disputa com
o Reino Unido sobre as Malvinas.
A OEA reafirmou a necessidade que os Governos argentino e
britânico retomem, o mais rápido possível, as negociações sobre o
litígio da soberania, a fim de encontrar uma solução pacífica à
controvérsia.
O início da prospecção petrolífera de empresas de capital
britânico nas Malvinas reavivou nos últimos meses a relação entre o
Reino Unido e a Argentina, que impôs restrições aos navios que
partem de terra firme em direção ao arquipélago por considerar que
essas operações "violam sua soberania" sobre as ilhas e águas
circundantes.
O Governo de David Cameron apresentou uma queixa formal pelo
controle que aplica Argentina à navegação em torno das Malvinas,
situadas no Atlântico Sul a 400 milhas marítimas ao leste do litoral
do país sul-americano.
A Grã-Bretanha, que ocupa as Malvinas desde 1833, e a Argentina
se enfrentaram em uma guerra pela soberania do arquipélago em 1982,
na qual morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.
Apesar da derrota argentina na disputa, o Governo de Buenos Aires
não deixou de reivindicar diante dos organismos internacionais
pertinentes a soberania sobre as ilhas. EFE