Bruxelas, 16 mar (EFE).- O presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia), José Manuel Durão Barroso, defendeu-se nesta quarta-feira dos ataques dirigidos ao bloco pela falta de reação de seus membros diante da situação na Líbia e culpou "alguns Governos" pela dificuldade de enviar uma resposta de maneira unida.
"Acho que algumas das críticas não são justas com a UE e deveriam ser dirigidas aos Governos", disse Barroso aos eurodeputados que reprovaram a atitude do bloco nesta quarta-feira diante da repressão à população por parte do do ditador líbio, Muammar Kadafi .
O chefe da Comissão Europeia lembrou que em matéria de política externa, a responsabilidade permanece em poder dos Estados-membros, e considerou que alguns importantes Estados europeus estão aproveitando a atual situação na Líbia para atacar as instituições europeias e debilitar a UE.
"A impotência que alguns dos senhores mencionam é de alguns Governos, não da UE", reiterou.
Barroso defendeu também a gestão da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, e afirmou que não se pode cobrar do bloco "posições comuns" quando "é óbvio" que elas não existem entre os países.
Na cúpula europeia extraordinária de sexta-feira passada dedicada à Líbia, os membros do bloco pactuaram um texto comum, mas evidenciaram profundas divergências sobre uma possível intervenção militar, defendida energicamente por França e Reino Unido.
Desde a entrada em vigor do Tratado de Lisboa e do início do serviço de ação exterior - o novo corpo diplomático da UE -, a chefe da diplomacia foi alvo de críticas pela falta de uma reação rápida do bloco diante de fatos internacionais, como as revoltas em vários países do norte da África. EFE