Bruxelas, 16 ago (EFE).- A Comissão Europeia aguarda nesta terça-feira o resultado da reunião entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, mas avaliou o encontro para acalmar os mercados como "positivo".
"Para nós sempre é bom quando estados-membros, especialmente França e Alemanha, sentam para discutir assuntos tão importantes" como é apresentar ideias concretas para fortalecer a zona do euro como um todo, assinalou Olivier Bailly, porta-voz da Comissão Europeia, em sua entrevista coletiva diária.
O organismo lembrou que Merkel e Sarkozy anunciaram em 21 de julho na cúpula extraordinária de chefes de Estado e de Governo da zona do euro que apresentariam agora suas propostas para afinar a política econômica e financeira da zona do euro.
Nessa cúpula, os 17 Governos da zona do euro encarregaram os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, que apresentem ideias para fortalecer a governança da zona do euro até a próxima reunião, em meados de outubro.
"É por isso também que Alemanha e França decidiram, de maneira muito construtiva, apresentar suas próprias ideias durante este mês", indicou Bailly.
A Comissão Europeia pressionou durante anos melhorias na governança econômica e no ano passado propôs fortalecer o pacto para o crescimento e a estabilidade e evitar grandes desequilíbrios entre os estados-membros.
"Trata-se de um debate contínuo. É muito positivo que a Alemanha e França conversem agora. Veremos qual é o resultado e, a partir daí, que decisões adotar para os demais estados-membros e a comissão", disse.
Sobre a ideia de alguns países de implantar títulos de dívida comum europeia, os chamados eurobônus, Bailly ressaltou que essa colocação parece não estar na agenda da reunião de Merkel e de Sarkozy, mas que em todo caso a posição da Comissão Europeia é clara.
A comissão vai apresentará em breve relatório sobre a viabilidade dos eurobônus, mas só uma vez o Conselho e o Parlamento Europeu aprovem as seis medidas legislativas (a reforma da governança econômica) com o qual os 27 querem coordenar melhor seu sistema fiscal para evitar futuras crises.
Na opinião da comissão, Merkel e Sarkozy centrarão as conversas no fortalecimento do Governo econômico e não em reabrir debates ou abrir novos, indicaram fontes europeias.
A ideia do conselho de estabilidade europeu independente, apresentado pelo ministro alemão de Economia, Philipp Rösler, não é nova, mas ainda não está sendo debatido seriamente entre os estados-membros. EFE