Seul, 2 jul (EFE).- A Coreia do Sul calcula que a população
norte-coreana será afetada por um déficit de 840 mil toneladas de
alimentos este ano, segundo um relatório do Governo de Seul
publicado pela agência local de notícias "Yonhap".
O Ministério de Estratégia e Finanças sul-coreano revelou nesta
quinta-feira que a produção total de grãos no país comunista pode
cair este ano para 4,29 milhões de toneladas, enquanto a quantidade
mínima para alimentar os mais de 20 milhões de norte-coreanos é de
5,13 milhões de toneladas.
O relatório, baseado nas estimativas do Programa Mundial de
Alimentos (PMA) das Nações Unidas, assegura que a Coreia do Norte
poderia produzir 3,34 toneladas de grãos por conta própria, importar
outras 500 mil e receber uma ajuda de 450 mil, e mesmo assim não
chegaria ao mínimo de 5,13 milhões de toneladas.
Os cálculos são baseados em 75% da quantidade diária recomendada
pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para que uma pessoa se
mantenha saudável, que é de 1.600 calorias.
Membros do Governo sul-coreano consideram que a única opção
viável para reduzir a escassez de alimentos na Coreia do Norte seria
o país comunista aceitar ajuda humanitária internacional.
A Coreia do Norte rejeitou em março uma ajuda de 330 mil
toneladas de alimentos dos Estados Unidos, quantidade que se for
incluída no relatório aumentará a escassez alimentícia no regime
comunista para 1,17 milhão de toneladas.
Além disso, durante a última década a Coreia do Sul enviou
anualmente a Pyongyang cerca de 400 mil toneladas de arroz e de
fertilizantes para atenuar sua situação de pobreza.
Mas desde a chegada ao poder na Coreia do Sul do conservador Lee
Myung-bak, em fevereiro de 2008, as relações entre as duas Coreias
pioraram, pois o governante condicionou qualquer avanço nas relações
intercoreanas à desnuclearização de Pyongyang.
Na última década do século XX, a Coreia do Norte experimentou a
pior crise de fome de sua história, que matou pelo menos um milhão
de pessoas, 5% de todos os norte-coreanos.
Acredita-se que desde então cerca de três milhões de pessoas
podem ter morrido de fome e epidemias no país. EFE