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Crise europeia e fragilidade conjuntural dos EUA seguram crescimento alemão

Publicado 16.08.2011, 09:29

Berlim, 16 ago (EFE).- A crise da dívida na zona do euro e a fragilidade conjuntural dos Estados Unidos frearam a dinâmica de crescimento da economia alemã, que no segundo trimestre avançou apenas 0,1%, bem abaixo do 0,5% previsto pelos economistas.

O dado percentual do segundo trimestre do ano foi publicado nesta terça-feira pelo Escritório Federal de Estatística (Destatis) que revisou ligeiramente para baixo - de 1,5% para 1,3% - o crescimento do primeiro trimestre.

Segundo Destatis, o aumento do PIB de 0,1% é o menor desde o início de 2009, quando as repercussões da crise financeira e econômica internacional alcançaram o ponto mais álgido na Alemanha.

Apesar de tudo, em nível anualizado do PIB na Alemanha registrou no segundo trimestre do presente ano aumento de 2,8%.

Os especialistas detalharam que os impulsos positivos para a economia alemã voltaram a partir das exportações e dos investimentos.

As importações cresceram mais do que as exportações, o que neutralizou em parte o efeito positivo do comércio exterior, enquanto a indústria da construção também não deu impulsos significativos.

Este último foi atribuído pelo economista-chefe do Commerzbank, Jörg Krämer, quem disse que devido ao inverno passado muitas obras foram antecipadas no primeiro trimestre, reduzindo a atividade no segundo.

"Sem esse efeito, pelos nossos cálculos, o crescimento no segundo trimestre teria sido de 0,4% e não de 0,1%", detalhou Krämer.

Os economistas do Destatis contam, apesar da diminuição do PIB no segundo trimestre, com o desenvolvimento robusto e sustentado para os próximos meses.

Outros analistas assinalaram que o arrefecimento registrado no segundo trimestre não deve ser visto como o fim da recuperação.

"Trata-se de um claro revés, mas não é o fim da recuperação. A tendência na indústria é positiva embora haja arrefecimento", declarou o diretor de análise conjuntural do Instituto de Estudos Econômicos de Berlim (DIW), Ferdinand Fichtner.

O economista-chefe do banco ING, Carsten Brzeski, classificou o arrefecimento do crescimento como algo que deve ser percebido com normalidade, "após o impressionante primeiro trimestre e diante dos choques externos como o terremoto do Japão e o enfraquecimento da conjuntura americana".

Após registrar retrocesso de 5,1% em 2009 pela crise financeira internacional, o PIB alemão teve em 2010 um forte aumento de 3,7% e, graças à nova alta no primeiro trimestre de 2011, o rendimento econômico da Alemanha superou os níveis anteriores a crise.

Já nas previsões da maioria dos institutos de estudos econômicos aparecem com arrefecimento do crescimento para este ano, mas após os números do primeiro trimestre, algumas previsões haviam sido revisadas para cima.

O forte arrefecimento do segundo trimestre já trouxe novas correções, desta vez para baixo.

Assim, por exemplo, o Commerzbank reduziu nesta terça-feira sua previsão de crescimento do PIB na Alemanha para 2011 de 3,4% para 3%.

A publicação do crescimento do primeiro trimestre freou a recuperação observada na bolsa de valores e no meio da manhã da bolsa de valores de Frankfurt, o índice DAX caía 2,7%. EFE

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