São Paulo, 24 jan (EFE).- A presidente Dilma Rousseff está revisando a compra de 11 navios para a Marinha, como ocorreu também com os aviões de defesa cuja decisão sobre a aquisição foi adiada para o segundo semestre.
A viabilidade do negócio, calculado em R$ 10 bilhões, está sendo revisada pela governante, uma medida que faz parte da política de ajuste fiscal adotada, afirmaram fontes do Governo ao jornal "Folha de S. Paulo".
O programa da patrulha oceânica tem como objetivo a vigilância da área do pré-sal, um gigantesco horizonte de reservas de hidrocarbonetos em águas muito profundas do Atlântico.
O negócio é disputado por empresas da França e Itália, mas o impasse político causado pela recusa do Brasil em extraditar o ex-ativista italiano de esquerda Cesare Battisti pode afetar a ratificação do tratado militar bilateral que permite a transferência de tecnologia na venda.
Existem também propostas de empresas britânicas e alemãs.
A situação é semelhante à da compra de caças, que segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi adiada até o segundo semestre e os recursos só devem entrar no orçamento de 2012.
"Não há mais tempo útil para que se possa tomar uma decisão desse tipo. Há uma promessa de que precisamos resolver o problema no primeiro semestre", afirmou Jobim em dezembro, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a decisão nas mãos de Dilma.
Na disputa estão os aviões Gripen, da empresa sueca Saab; o F-18, fabricado pela americana Boeing, e o Rafale, da francesa Dassault e qualificado como favorito para vencer a licitação.
Em uma recente declaração, a ministra de Economia francesa, Christine Lagarde, se mostrou esperançosa de que Dilma leve em conta o trabalho feito para preparar o contrato de venda dos 36 aviões caça ao Exército brasileiro e estimado em entre US$ 4 e 7 bilhões. EFE