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Investing.com – O dólar avançava levemente nesta sexta-feira, caminhando para encerrar a semana em alta, diante da expectativa em torno do discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, durante o simpósio de Jackson Hole.
Às 7h40 de Brasília, o Índice do Dólar registrava alta de 0,14%, cotado a 98,645, acumulando valorização próxima de 1% na semana, o que interrompe uma sequência de duas semanas de recuo.
Mercado mira discurso de Powell
A moeda americana ganhou tração nos últimos dias com a reavaliação das projeções de corte de juros por parte do Fed, diante da aproximação da fala de Powell no evento que reúne os principais formuladores de política monetária em Wyoming. As sinalizações do discurso devem influenciar as apostas para a decisão do FOMC em setembro.
A percepção de uma possível redução nas taxas foi alimentada por dados mais fracos do mercado de trabalho em julho, somados a fortes revisões negativas nas contratações de maio e junho, cenário que chegou a embasar especulações sobre um corte de até 50 pontos-base.
Essas expectativas, contudo, arrefeceram. Na semana passada, os contratos futuros embutiam 99% de chance de corte de 25 pontos-base na próxima reunião. Esse percentual recuou para 71,5%, segundo a ferramenta de monitoramento do Fed do Investing.com.
“Powell pode condicionar a decisão de setembro à divulgação dos próximos dados de emprego (em 5 de setembro) e inflação ao consumidor (em 11 de setembro)”, apontaram analistas do ING.
“Uma fala ambígua pode frustrar quem espera apoio claro a um corte de juros. Ainda assim, ele precisará reconhecer as revisões negativas dos dados de emprego de maio e junho, o que deve manter a probabilidade de afrouxamento em setembro próxima de 50%.”
Dados fracos da Alemanha pressionam o euro
Na Europa, o EUR/USD recuava 0,1%, negociado a 1,1593, após a divulgação de números piores que o esperado sobre o crescimento da economia alemã, a maior da zona do euro.
O PIB alemão contraiu 0,3% no segundo trimestre frente ao período anterior, pior que a estimativa anterior de recuo de 0,1%. No primeiro trimestre, o país havia registrado crescimento de 0,3%.
Na comparação anual, o avanço foi de apenas 0,2%, já descontados os efeitos sazonais e de calendário.
O órgão oficial de estatísticas também revisou substancialmente para baixo os dados de crescimento de 2023 e 2024. Com isso, a atividade econômica alemã segue abaixo dos níveis observados em 2019, refletindo uma trajetória prolongada de estagnação.
“O tom de Powell será determinante para sabermos se o EUR/USD testará a faixa de 1,1500/1,1520. Esse é o principal risco externo caso ele consiga alterar a atual precificação para algo mais próximo de 50:50 quanto ao início de um novo ciclo de corte pelo Fed em setembro”, avaliou o ING.
O GBP/USD avançava 0,1% a 1,3413, mas acumulava queda semanal próxima de 1%.
Iene reage com moderação após inflação no Japão
No mercado asiático, o USD/JPY subia 0,1% a 148,57, reagindo de forma contida à leitura mais fraca do índice de preços ao consumidor (CPI) do Japão em julho.
Apesar do alívio nos números gerais, o núcleo da inflação recuou menos que o esperado, enquanto a medida subjacente permaneceu bastante acima da meta de 2% do Banco do Japão (BOJ).
Esse quadro sustentou o iene, à medida que o mercado segue apostando que o BOJ pode elevar os juros novamente ainda este ano.
Já o USD/CNY apresentava leve alta a 7,1817, após o Banco Popular da China optar por manter inalteradas suas principais taxas de referência nesta semana.
O AUD/USD também avançava 0,1%, sendo negociado a 0,6426.