Dólar sobe no Brasil com mercado à espera de Galípolo em dia de feriado nos EUA
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) -O dólar iniciou a terça-feira em baixa ante o real, acompanhando o viés levemente negativo para a moeda norte-americana no exterior, onde investidores seguem debatendo a probabilidade de o Federal Reserve cortar os juros em dezembro.
No Brasil, os agentes aguardam a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta manhã.
Às 9h24 o dólar à vista caía 0,34%, aos R$5,3770 na venda.
Na B3, o contrato de dólar futuro para dezembro -- atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,28%, aos R$5,3790.
No exterior o dólar sustenta leves perdas ante as moedas fortes nesta manhã e em relação a alguns dos pares do real, como o peso mexicano e o peso chileno. Às 9h17, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,07%, a 100,130.
A possibilidade de corte de juros nos EUA em dezembro permanece no foco, com os ativos precificando nesta manhã de terça-feira 80,7% de chances de redução de 25 pontos-base, contra 19,3% de probabilidade de manutenção, conforme a Ferramenta CME FedWatch.
A taxa de juros nos EUA está atualmente na faixa de 3,75% a 4,00%, enquanto a taxa básica Selic está em 15% ao ano no Brasil. Este diferencial de juros entre Brasil e EUA tem sido apontado por analistas como um fator de atração de recursos para o país, o que vem mantendo o dólar em níveis mais baixos.
A partir das 10h, investidores estarão atentos à participação de Galípolo em audiência da CAE do Senado, em busca de pistas sobre até quando a Selic seguirá em 15%.
Na segunda-feira, em evento em São Paulo, o presidente do BC disse que a instituição está insatisfeita com o nível da inflação e que, por isso, a Selic segue em patamar restritivo.
Nesta manhã, o Banco Central informou que o Brasil teve déficit em transações correntes de US$5,121 bilhões em outubro, acumulando em 12 meses um rombo equivalente a 3,48% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas era de um saldo negativo de US$4,8 bilhões em outubro.
Na outra ponta, o investimento direto no país (IDP) somou US$10,937 bilhões em outubro -- acima do déficit em conta corrente e também da projeção da pesquisa com especialistas.
Em eventos recentes, Galípolo tem ponderado que o déficit em transações correntes no Brasil reflete o quanto o consumo no país segue aquecido, apesar das restrições da política monetária.
(Edição de Camila Moreira)
