O dólar recua nesta sexta-feira, 23, acompanhando a desvalorização externa ante peso mexicano, rublo e lira turca diante do apetite por ativos de risco no exterior. Além disso, pesa também o avanço de 0,72% do IPCA-15 de julho, acima da mediana do mercado (+0,65%) e no maior patamar para o mês desde 2004 (0,93%). O resultado, porém, confirma desaceleração esperada pelos analistas ante o IPCA-15 de junho (+0,83%) e ficou dentro do intervalo esperado (+0,46% A +0,78%). O resultado apoia as apostas em alta de 1 ponto da Selic em agosto, que já foram majoritárias ontem, e reforça perspectivas favoráveis para o "carry trade" com o real, gerando expectativas de atração de fluxo cambial para o país. Isso porque no exterior, as expectativas são de que o BCE e o Federal Reserve, nos Estados Unidos, mantenham os estímulos monetários neste ano em meio a preocupações de que a disseminação da cepa delta de coronavírus prejudica a recuperação da economia global, apesar do avanço da inflação.
Com isso o resultado de julho, o IPCA-15 acumulou um aumento de 4,88% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 8,59%, levemente acima da mediana do mercado (8,51%) e dentro do intervalo das projeções (avanço de 8,31% a 8,65%).
No mercado interno, o cenário político segue sendo monitorado e pode trazer pressão de alta ao longo da sessão. Estão no radar dos investidores os atos pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro neste sábado e a possibilidade de caminhoneiros entrarem em greve no domingo.
Às 9h41 desta sexta-feira, o dólar á vista caía 0,69%, a R$ 5,1772, enquanto o dólar futuro de agosto recuava 0,47%, a R$ 5,1810.