Dólar cai no exterior com falta de clareza em acordo comercial EUA-China

EdiçãoJulio Alves
Publicado 12.06.2025, 07:58
© Reuters

Investing.com – O dólar aprofundava sua desvalorização nesta quinta-feira contra as principais moedas do mundo, influenciado por novas incertezas comerciais. Já a libra esterlina perdia valor, após a divulgação de uma contração mais acentuada do que o previsto na atividade econômica britânica em abril.

Às 7h50 de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda dos EUA frente a uma cesta de seis divisas, cedia 0,75%, sendo cotado a 97,88, patamar mais fraco desde 22 de abril.

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Acordo comercial carece de clareza

O dólar perdeu força nesta sessão, em meio à dificuldade dos mercados em manter o otimismo gerado pelas declarações do presidente Donald Trump, que, na véspera, afirmou que o pacto comercial com a China está "concluído", dependendo apenas da anuência dele e do presidente Xi Jinping.

A sinalização, contudo, foi recebida com cautela pelos investidores, diante da ausência de especificidades no comunicado. Analistas interpretaram a fala como um possível indício de continuidade na disputa entre as duas maiores economias globais.

Trump ainda informou que os EUA enviarão, nas próximas semanas, cartas a diversos países com os termos comerciais propostos, indicando que essas nações precisarão escolher entre aderir ou declinar dessas condições.

Em abril, o presidente norte-americano havia suspendido temporariamente a aplicação de tarifas mais amplas, com o objetivo de permitir avanços nas negociações. Esse intervalo de 90 dias termina em 8 de julho.

“O risco de uma retomada abrupta nas tarifas a partir de 9 de julho segue presente, o que tende a penalizar o dólar”, escreveram analistas do ING em nota.

Outro elemento que exerce pressão sobre a moeda americana é a expectativa de um possível corte antecipado nos juros pelo Federal Reserve, após a leitura mais suave da inflação ao consumidor.

O mercado acompanha, ainda nesta quinta-feira, a divulgação do índice de preços ao produtor para demanda final. A projeção é de uma alta mensal de 0,2% em maio, após recuo de 0,5% em abril.

PIB do Reino Unido registra retração em abril

Na Europa, o GBP/USD caía 0,1%, sendo negociado a 1,3540, após os dados mostrarem que o PIB britânico encolheu 0,3% em abril frente a março — pior desempenho mensal desde outubro de 2023.

“As leituras mais fracas do PIB, somadas aos dados salariais recentes, reforçam o cenário para um novo corte de juros pelo Banco da Inglaterra”, afirmou o ING.

O banco central britânico se reúne na próxima semana, após ter reduzido sua taxa básica em 25 pontos-base, para 4,25%, na última reunião em maio.

O EUR/USD avançava 0,4%, sendo cotado a 1,1530, com a moeda comum também ganhando terreno frente a outras divisas, sustentada por uma postura mais firme por parte do Banco Central Europeu.

Embora o BCE tenha reduzido os juros na semana passada, como já antecipado pelos mercados, a instituição indicou que poderá pausar o ciclo de flexibilização, considerando que a inflação retornou à meta de 2%.

“A agenda de hoje está repleta de discursos de dirigentes do BCE. Uma das pautas em discussão deve ser a possibilidade de novo corte em setembro. Os dados de preços e o rastreador de salários da instituição sugerem espaço para novas reduções. O mercado já precifica um movimento nesse sentido para dezembro”, completou o ING.

Iene e iuane sobem frente ao dólar

Na Ásia, o USD/JPY recuava 0,5%, cotado a 145,92, enquanto o USD/CNY caía 0,1%, negociado a 7,1825, após declarações mais conciliadoras de Donald Trump sobre os avanços no diálogo comercial entre Estados Unidos e China.

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