Dólar fecha estável com mercado em busca de pistas sobre juros nos EUA e no Brasil

Publicado 21.08.2024, 17:06
Atualizado 21.08.2024, 17:20
© Reuters. Nota de 100 dólaresn17/12/2009 REUTERS/Sam Mircovich

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a quarta-feira perto da estabilidade ante o real, após ter alternado altas e baixas em diferentes momentos da sessão, com investidores em busca de pistas sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos e no Brasil.

A moeda norte-americana à vista fechou em leve baixa de 0,07%, cotada a 5,4823 reais. Em agosto a divisa acumula queda de 3,07%.

Às 17h03, na B3 (BVMF:B3SA3) o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,02%, a 5,4875 reais na venda.

Em um dia de agenda esvaziada no Brasil, investidores se voltaram nesta quinta-feira para o exterior em busca de indicações sobre a política monetária dos EUA.

Um relatório do Departamento do Trabalho dos EUA solidificou a expectativa de corte de juros pelo Federal Reserve em setembro, ao mostrar redução de 818.000 empregos, ou 0,5% a menos do que o inicialmente informado, nos dados de criação de vagas no país de abril de 2023 a março de 2024.

Já a ata do último encontro de política monetária do Fed, em julho, divulgada à tarde, mostrou as autoridades fortemente inclinadas a um corte de juros em sua reunião de setembro e que várias delas estariam até mesmo dispostas a reduzir as taxas imediatamente.

Neste cenário, os rendimentos dos Treasuries cederam -- em especial entre os títulos de dois anos, que refletem a política monetária de curto prazo. O dólar também caiu ante as divisas fortes e em relação a boa parte das moedas de emergentes.

No Brasil, porém, outros fatores davam certa sustentação à moeda norte-americana ante o real. Como na véspera, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) de curto prazo cediam, com investidores reduzindo as apostas de que o Banco Central elevará a taxa básica Selic, hoje em 10,50% ao ano, em setembro.

Uma Selic não tão elevada, em tese, reduz a pressão baixista para o dólar -- o que na quarta-feira já havia feito a moeda norte-americana subir mais de 1% ante o real.

“Pela primeira vez a gente tem uma redução de juros totalmente precificada lá fora. E nosso ponto é que ainda há dúvidas sobre qual vai ser a postura do Banco Central frente a isso”, comentou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos, lembrando que, apesar dos movimentos recentes, o mercado segue precificando uma elevação da Selic em setembro.

Neste cenário, o dólar à vista oscilou entre a mínima de 5,4625 reais (-0,43%) às 9h01, após a abertura, e a máxima de 5,5115 reais (+0,46%) às 14h21.

Profissionais ouvidos pela Reuters chamaram a atenção para o fato de, apesar das mudanças de sinal, o dólar operou em margens relativamente estreitas, sem força para se reaproximar dos 5,40 reais ou para se manter acima dos 5,50 reais.

“O que pode trazer uma mudança maior para as cotações é se o Fed cortar 50 pontos-base em setembro, e não 25, ou se o BC de fato fizer uma alta da Selic”, acrescentou Massote.

Até lá as atenções estarão voltadas para o discurso da próxima sexta-feira do chair do Fed, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole, com investidores em busca de pistas sobre o tamanho do corte de juros nos EUA.

Às 17h10 o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,19%, a 101,190.

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