SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em leve alta na sessão desta quinta-feira, após queda de pouco mais de 1 por cento na véspera, acompanhando a movimentação da moeda no exterior em dia que deve ser de baixo volume antes do feriado em São Paulo.
Às 11:58, o dólar avançava 0,75 por cento, a 3,7917 reais na venda, após fechar na véspera com queda de 1,11 por cento, a 3,7633 reais, interrompendo seis pregões de alta.
O dólar futuro operava em alta de cerca de 0,85 por cento.
Em pregão que deve ser de baixo volume, devido ao feriado municipal em São Paulo na sexta-feira, investidores observam o exterior, onde a reunião do Banco Central Europeu (BCE) pode pressionar a moeda, o que, por sua vez, poderá influenciar o câmbio no Brasil.
Após indicadores fracos de atividade na Alemanha e França, duas das maiores economias do bloco, o BCE pode dar alguma sinalização no sentido de menor crescimento econômico, somando-se às preocupações de mais cedo na semana.
"O PMI composto da zona do euro acabou vindo apenas um pouco acima da marca dos 50 que separa crescimento de contração, dando uma leitura que a economia por lá está a um passo da recessão. Essa visão acaba reforçando a tese de um Banco Central Europeu tendo que manter uma política monetária mais frouxa por lá", afirmou a corretora Coinvalores em nota.
No lado doméstico, a reforma da Previdência segue no radar do mercado no último dia de participação do governo em Davos, onde Bolsonaro e Guedes devem prosseguir com reuniões com lideranças e investidores estrangeiros.
Na quarta-feira, o dólar registrou sue primeiro recuo após seis pregões de alta, com o mercado otimista após comentários do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma.
Em entrevista à Reuters nesta quinta-feira, o ministro afirmou que a proposta de reforma da Previdência que está sendo estruturada pelo governo pode render uma economia de 700 bilhões a 1,3 trilhão de reais em 10 anos, podendo chegar a dois terços a mais que o esforço do governo anterior, que falhou.
Enquanto isso, uma importante fonte do Ministério da Economia explicou que o governo vai usar o discurso de justiça social e combate às fraudes como principal arma na estratégia de comunicação da reforma da Previdência para aprová-la no Congresso até o meio do ano.
Embora parte do mercado siga no aguardo por sinalizações mais contundentes da parte de Guedes, outros investidores entendem que as informações divulgadas até o momento sobre a Previdência são suficientes.
"As declarações dele não ficam no vazio, mas ele não pode chegar lá e dizer que em 20 dias vai estar tudo resolvido. O tópico principal é: precisamos fazer a reforma", afirmou o estrategista de renda-fixa de Coinvalores Corretora, Paulo Celso Nepumoceno.
"O resto depende do Congresso, não adianta o Paulo Guedes ficar falando lá e não conseguir chegar aqui e fazer".
O Banco Central vendeu nesta sessão 13,4 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 11,39 bilhões de dólares do total de 13,398 bilhões de dólares que vencem em fevereiro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral
(Por Laís Martins)