Por Peter Nurse
Investing.com – O dólar se valorizava contra as principais divisas no exterior no início desta quarta-feira, estabilizando-se após as perdas durante a noite, em meio à incerteza com as eleições de meio de mandato nos EUA e antes da divulgação de importantes dados de inflação nesta semana.
Às 8h40 de Brasília, o Índice Dólar, que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas, valorizava-se 0,18%, a 109,743, depois de acumular uma queda de cerca de 1% na semana.
Apesar da incerteza, tudo indica que os republicanos devem assumir o controle da Câmara dos Representantes durante as eleições de meio de mandato nos EUA. No entanto, a corrida pelo Senado parece estar mais acirrada neste momento, com muitas das disputas ainda sem decisão.
“Uma vitória dos republicanos em uma das casas legislativas dos EUA e o consequente impasse gerariam desafios para um estímulo fiscal maior, além de intensificar os conflitos em relação aos prazos de financiamento do governo e o teto de gastos no país”, afirmaram analistas do HSBC, em nota.
“Mas essas são questões para 2023. A preocupação mais imediata para os mercados é saber se qualquer resultado do pleito pode ser contestado, o que poderia indicar se os resultados das eleições presidenciais de 2024 seriam aceitos ou não”.
O que também atraía a atenção dos operadores eram os dados de inflação ao consumidor nos EUA desta quinta-feira, os quais podem registrar uma queda anual para 8,0% em outubro, contra 8,2% no mês anterior, enquanto o núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis de energia e alimentos, deve recuar de 6,6% para 6,5% em bases anuais.
O dólar vem sofrendo uma pressão de baixa ultimamente, devido a expectativas de que o Federal Reserve reduza o ritmo do seu agressivo ciclo de alta de juros, possivelmente em dezembro.
No entanto, uma surpresa nos dados de inflação poderia mudar esse cenário, ajudando a impulsionar a moeda americana.
O euro recuava 0,1%, a 1,0068, frente ao dólar, com o Banco Central Europeu realizando uma reunião não relacionada à política monetária durante a sessão.
Os dirigentes do BCE deixaram claro que estão previstas mais altas de juros pela frente, após o banco central elevar as taxas em 75 pontos-base no fim do mês passado, mesmo com o crescimento na zona do euro enfrentando dificuldades.
“Farei o máximo para garantir que nós, do conselho dirigente do BCE, sigamos em frente com a normalização da nossa política monetária, mesmo que nossas ações acabem afetando o desenvolvimento econômico”, afirmou o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel, na terça-feira.
A libra esterlina também se desvalorizava frente ao dólar, a 1,1532, da mesma forma que o iene, que recuava 0,1%, a 145,75, depois de atingir seu nível mais fraco desde 1992, devido à política monetária excessivamente acomodatícia do Japão, enquanto o dólar australiano, mais sensível ao risco, recuava 0,1%, a 0,6495, ante a divisa dos EUA.
Já iuane caía para 7,2508 contra o dólar, diante das dificuldades da China de conter seu pior surto de Covid-19 desde maio.
A moeda da polônia recuava 0,4%, a 4,6692 frente ao dólar, antes da reunião de política monetária do banco central do país, devido a incertezas com a retomada das elevações de juros após a pausa do mês passado.
Economistas pesquisados pela Bloomberg estavam divididos em relação ao assunto, com 17 deles prevendo um aumento de alguma magnitude, enquanto 15 acreditavam que as taxas permaneceriam inalteradas.